Uma visão da dinâmica econômica na Região Norte Fluminense
















Os gráficos ilustram a variação percentual do Índice de Participação Municipal - IPM, no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS, relativos aos municípios da Região Norte Fluminense. Esse indicador reflete a economia real, diferente Produto Interno Bruto - PIB, que se descaracteriza em função, especialmente, da atividade petrolífera na região.

O IPM é construído, fundamentalmente, pelo valor adicionado em cada município, isto é, a riqueza gerada através da indústria, comércio, agricultura e serviços em cada município. Em função disso, o Estado define qual é a parcela relativa a cada município, representada no índice para determinado ano, que é equivalente a riqueza gerada dois anos anteriormente ao exercício indicado de tal índice. Olhando a trajetória da variação desse indicador no período de 2002 a 2010, podemos verificar que a região mergulhou numa forte recessão em 2003, cuja recuperação ainda não se efetivou. A partir de 2004 a região vem tentando restaurar a economia com muita dificuldade. Somente em 2008 houve uma melhora da atividade sem, entretanto, retornar aos padrões econômicos de 2000. Somente Conceição de Macabu e Macaé apresentaram um desempenho diferente, sentindo a desaceleração de 2003, porém se recuperando rapidamente e superando o nível de atividade de 2000.

É importante observar que o acidente com a plataforma de petróleo P36 em março de 2001 não pode ser considerado como responsável pela retração do nível de atividade na região. Todos os municípios produtores de petróleo, exceto São João da Barra, não interromperam a trajetória de crescimento da receita de royalties. São João da Barra experimentou uma queda de receita em 2002, ano seguinte do acidente, de 66,84%, porém seguiu a trajetória de crescimento nos anos seguintes.

Mesmo considerando um processo de recuperação da economia na região, o nível de atividade em 2008 foi inferior ao nível de atividade em 2000. Nessa análise, Campos dos Goytacazes perdeu 18,58%, Carapebus perdeu 15,62%, Cardoso perdeu 1,56%, Quissamã perdeu 19,61%, São Fidélis perdeu 8,82%, São Francisco de Itabapoana perdeu 16,22% e São João da Barra perdeu 16,40%. Conforme já foi indicado, Macaé cresceu sua atividade econômica em 56,39% e Conceição de Macabu cresceu 10,20% no período analisado.

Na verdade o crescimento consistente da receita de royalties não foi suficiente para recuperar o nível de atividade perturbada pela recessão. Segundo os dados, os municípios não produtores sofreram menos com a recessão e Conceição de Macabu chegou a apresentar crescimento.


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