O que os números do PIB mostram sobre a região Norte Fluminense?
Avaliando mais detidamente os valores do Produto Interno Bruto (PIB), na
região Norte Fluminense, nos anos de 2009 e 2001, chamou a atenção a perda de
participação do PIB do setor agropecuário em quase todos os municípios.
Conforme apresentado no gráfico, somente Cardoso Moreira cresceu a participação
no setor em relação ao PIB total, saindo de 7,81% em 2009 para 11,13% em 2011.
Enquanto a agropecuária perdeu participação, o
setor industrial cresceu, principalmente, nos municípios produtores de petróleo.
Campos dos Goytacazes saiu de 72,79% em
2009 para 76,95% em 2011, Macaé de 35,27% para 41,64% e São João da Barra de
84,15% para 88,25%, no mesmo período.
Poderíamos imaginar que essa mudança é
positiva, já que o aumento da participação na industria, sem dúvida, é mais
atrativo do que o aumento da participação na agropecuária, porém não é esse o
caso. Como sabemos, esse crescimento é impulsionado pelo petróleo, cujas
atividades ocorrem no mar e os município produtores, com exceção de Macaé,
pouco se beneficiam das externalidades, a não ser pelas rendas de royalties e
participações especiais.
Um outro aspecto observado é o aumento da
participação do setor de serviços nos municípios de Carapebus, Cardoso Moreira,
Conceição de Macabu, Quissamã, São Fidelis e São Francisco de Itabapoana.
Também, neste caso, o que poderia ser um indicador de eficiência do sistema
econômico é uma preocupação. Sabemos que na economia moderna o setor de
serviços é representativo, porém as atividades apresentam um perfil inovativo
por conta do trabalho altamente produtivo. No caso da região, o crescimento
desse setor parece estar associado a uma outra situação. O processo de
terceirização dos serviços públicos parece exercer um peso fundamental.
Observamos que muitas dessas atividades tem baixo teor produtivo e não
contribuem para a eficiência do setor.
A minha sensação é de que o avanço é muito
lento, apesar dos robustos números do PIB, especialmente, nos municípios
produtores de petróleo. Com isso, é urgente a necessidade de um novo olhar para
dentro, ou seja, para os recursos tangíveis e intangíveis instalados em cada
local e seu planejamento em direção a geração de riqueza a partir dos
conhecimentos existentes.
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