NUPERJ divulga índices de dinâmica econômica dos municípios do Norte Fluminense

O Núcleo de Pesquisa Econômica do Rio de Janeiro (NUPERJ/UENF) divulgou os índices de dinâmica econômica local dos municípios da região Norte Fluminense, correspondente à movimentação de 2022. Segundo o coordenador do NUPERJ, professor Alcimar das Chagas Ribeiro, a dinâmica econômica regional melhorou em relação a 2021, em função do retorno da estabilidade na economia pós Covid 19. Os municípios de São Francisco de Itabapoana e Campos dos Goytacazes apresentaram um melhor desempenho comparativamente aos outros municípios da região.

São Francisco de Itabapoana saiu da oitava para a primeira posição com evolução incremental de 77,3% do índice médio, em decorrência do forte crescimento do investimento público; da evolução proporcional do emprego no comércio frente ao emprego total; do aumento proporcional das operações bancárias frente ao ativo/passivo total e da retração do grupo de vulnerabilidade social. O índice alcançado de 1,1435 se enquadra no padrão de alta dinâmica econômica.

Campos dos Goytacazes saiu da sexta para a terceira posição com evolução incremental de 19,8% do índice médio, em decorrência da evolução do investimento público, da movimentação bancária e da redução do nível de vulnerabilidade social. Com isso, o índice médio atingiu 0,8749, levando o município a ocupar um padrão de alta dinâmica econômica.

São Fidélis completa o grupo de municípios com o padrão de alta dinâmica econômica. O município atingiu uma evolução incremental de 4,77% em 2022, com base em 2021, mas perdeu a primeira posição, ocupando agora a segunda posição com o índice médio de 0,8924. A importância relativa do emprego no comércio, a movimentação bancária e o crescimento do investimento público, foram responsáveis pelo padrão de dinâmica econômica local. Já o índice de Cardoso Moreiras desacelerou de 0,8169 em 2021 para 0,800 em 2022, caindo para o padrão de dinâmica econômica moderada no mesmo ano.

Carapebus e Quissamã também apresentaram desaceleração em seus índices em 2022, porém mantiveram o padrão de dinâmica econômica moderada. Completa o grupo os municípios de Macaé e São João da Barra. O primeiro atingiu o índice 0,6928 e o segundo o índice de 0,6460 de dinâmica econômica moderada.

Com exceção de Quissamã e Cardoso Moreira, os outros sete municípios apresentam evolução no nível de investimento público, enquanto todos apresentaram queda acentuada na condição de vulnerabilidade social.

O índice de movimentação bancária foi importante na melhoria do índice médio, já que em 2022 o valor do Ativo/passivo bancário suprimiu as contas de compensação contabilizadas em 2021. Com isso, a participação relativa de crédito e depósitos avançou em todos os municípios da mesorregião.

Os dados mais abertos podem ser encontrados no site do Nuperj/UENF

Novo índice busca corrigir distorções

O Índice de Dinâmica Local (INDEL) foi criado pelo NUPERJ para corrigir distorções geradas pelos demais indicadores, que na maioria das vezes não refletem a real situação econômica dos municípios. Ele espera que o índice possa ajudar os municípios na formulação de políticas públicas.

— O INDEL mostra muita coisa que não se consegue com os índices tradicionais, voltados para o desenvolvimento. Eu fugi dessa tradição e classifiquei como dinâmica econômica. Porque desenvolvimento é uma coisa muito complexa — explica Alcimar.

Ele cita como exemplo os municípios de São João da Barra e Macaé, que têm alto número de empregos em virtude do Porto do Açu e da Petrobras, respectivamente. No entanto, grande parte dos empregados não vivem nos municípios. Desta forma, os salários não têm um peso na dinâmica econômica local.

Alcimar das Chagas Ribeiro

— Então esses índices são questionáveis, por isso que eu fugi disso e vim pra dinâmica econômica. O que eu quero saber é o seguinte: das entradas de recursos, o que é na verdade fixado. É como se fosse uma produtividade. Então selecionei varáveis que indicam exatamente isso — comenta Alcimar.

O INDEL utiliza cinco variáveis: investimento público municipal (o percentual que o governo municipal gasta em cima das receitas do mês), o valor arrecadado através do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), o histórico de emprego e renda no comércio, a movimentação bancária e a vulnerabilidade (diferença entre o grupo de pessoas assistidas pelo governo em relação ao grupo de pessoas aptas ao trabalho).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Região Norte Fluminense gerou 15,2 mil de emprego este ano

A indústria do Rio de Janeiro dá sinais de forte fragilização em 2023