A Necessária Visão de Território no Contexto do Complexo Portuário do Açu
Contrariando o olhar na perspectiva futura do complexo portuário do Açu, insisto em afirmar que esta ótica isolada é equivocada e, portanto, se faz necessário inverter a presente forma de avaliação. Partindo da concepção de que não se constrói o futuro, sem o passado e o presente, verificar o contexto histórico e mergulhar nos acontecimentos do período corrente, pode garantir um entendimento mais completo e fundamental para preparar o território para as reais transformações.
Num primeiro plano, é preciso entender o complexo como um projeto cuja dimensão afeta um território e não um município ou outro. O território, neste caso, representa um espaço relacional e não um espaço físico municipal ou regional. Outro aspecto importante, diz respeito ao elemento intangível que se integra aos recursos materiais que dão vida ao processo produtivo do capitalismo. Refiro-me a cultura, história, saberes locais que, de certa forma, mudam as características capitalistas de direito de propriedade, formalização, mercado, valor e racionalidade. A informação e o conhecimento se espraiam sem qualquer titularidade e as externalidades provocam diversas organizações formais e informais no território. Neste caso, as ações coletivas são essenciais e os poderes públicos e privados precisam se integrar, de forma a potencializar benefícios a sociedade, assim como, inibir os impactos das externalidades negativas, em decorrência de atuação do setor privado em bens comuns.
A presente reflexão logo aponta uma grande fragilidade no espaço territorial. Esta se relacionada a dificuldade de cooperação e reciprocidade existente entre os municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra. Talvez, pelo fato da história dos municípios se confundirem em suas trajetórias. Em alguns momentos São João da Barra se apresenta como município mais relevante e em outros momentos a situação se inverte. Na verdade não existe erro em considerar como um único território. Naturalmente, este fato deveria ser levado em conta para um esforço de integração, já que os objetivos dos dois municípios são comuns, quando se refere aos investimentos exógenos.
Entretanto, todo esse entendimento ainda não foi internalizado pelos agentes e atores envolvidos. A competição ainda é utilizada como fator de busca por representatividade política e a imposição de liderança representa uma pratica nociva, já que os resultados dependem de integração, união de esforços, onde cada elemento tem o seu papel e a sua importância.
Num primeiro plano, é preciso entender o complexo como um projeto cuja dimensão afeta um território e não um município ou outro. O território, neste caso, representa um espaço relacional e não um espaço físico municipal ou regional. Outro aspecto importante, diz respeito ao elemento intangível que se integra aos recursos materiais que dão vida ao processo produtivo do capitalismo. Refiro-me a cultura, história, saberes locais que, de certa forma, mudam as características capitalistas de direito de propriedade, formalização, mercado, valor e racionalidade. A informação e o conhecimento se espraiam sem qualquer titularidade e as externalidades provocam diversas organizações formais e informais no território. Neste caso, as ações coletivas são essenciais e os poderes públicos e privados precisam se integrar, de forma a potencializar benefícios a sociedade, assim como, inibir os impactos das externalidades negativas, em decorrência de atuação do setor privado em bens comuns.
A presente reflexão logo aponta uma grande fragilidade no espaço territorial. Esta se relacionada a dificuldade de cooperação e reciprocidade existente entre os municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra. Talvez, pelo fato da história dos municípios se confundirem em suas trajetórias. Em alguns momentos São João da Barra se apresenta como município mais relevante e em outros momentos a situação se inverte. Na verdade não existe erro em considerar como um único território. Naturalmente, este fato deveria ser levado em conta para um esforço de integração, já que os objetivos dos dois municípios são comuns, quando se refere aos investimentos exógenos.
Entretanto, todo esse entendimento ainda não foi internalizado pelos agentes e atores envolvidos. A competição ainda é utilizada como fator de busca por representatividade política e a imposição de liderança representa uma pratica nociva, já que os resultados dependem de integração, união de esforços, onde cada elemento tem o seu papel e a sua importância.
Na verdade é preciso fortalecer a idéia de rede, cuja composição se dá pela união dos laços, os quais são fortes individualmente e promovem uma potencial sinergia que alavanca a peça em seu conjunto. Contrariamente, a visão de competição para ver quem é mais importante provoca uma reação invertida, a qual promove a fragilidade individual e uma sinergia negativa que deprime o conjunto. A conseqüência é o não aproveitamento das externalidades positivas, mesmo sendo geradas e, fundamentalmente, a absorção das externalidades negativas, materializadas nos impactos ambientais, econômicos e sociais em todo o contexto do território.
Pois é, todo mundo sabe e o planeta exige que hoje não vejamos mais o desenvolvimento apenas como uma questão econômica. Desenvolvimento exige uma visão ampliada de todos os pontos, fortalecer o homem do campo, melhorar as condições de vida das pessoas, incentivar a cultura... Daqui a pouco, em nome desse “desenvolvimento” da cidade vão querer demolir os principais prédios históricos porque os terrenos vão se valorizar muito e no local pode-se fazer um hotel, um prédio moderno ou algo assim, esse é apenas um exemplo, que temos que aprender a separar as coisas. O Estado tem o dever de dar todo o suporte para os pequenos agricultores, empresários locais e depois cobrar contrapartidas. Vemos nos países da Europa e América do Norte, como são subsidiados os agricultores/empresários desses países, e olha que eles não têm a carga tributária que temos, enquanto aqui o governo pouco valoriza essa classe, por achar que mais importa é a de grandes burgueses.
ResponderExcluirQuanto ao porto, acredito que ninguém na cidade é contra, mas há de sentar, conversar e questionar, pois são mudanças muito grandes em um curto espaço de tempo, como será possível adaptar tudo isso para que a população local seja a maior beneficiada? Do que adianta termos tantos investimentos se perdermos a qualidade de vida, se os serviços públicos, já deficitários se tornarem piores, se a administração pública não conseguir suprir tantas demandas em um curto espaço de tempo?
Outro ponto é que os RIMA’s desse empreendimento estão feitos separadamente, como se não fossem interagir uns com os outros. Um exemplo básico é como se tivéssemos um rio com grande fluxo de água e nele fizéssemos 10 hidroelétricas sem somarmos os impactos, fazendo apenas o impacto de uma a uma separadamente, mas que juntas teriam um mega impacto que talvez não tornasse viável esse empreendimento. Não sou especialista no assunto e longe de mim estar com a razão, mas a visão tem que ser ampla e não estamos tendo essa visão, a sociedade e os políticos não estão preparados para isso nesse curto espaço de tempo.
Enfim a discussão tem que ser muito maior do que a atual, para os “empreendedores”, bom que fique como está, quem sairá perdendo mais com isso é a população local que vai perder sua identidade e não mais fará parte de todas essas mudanças.
E ressaltando o que o professor falou ai no começo, não podemos pensar no futuro enterrando o presente e o passado, tudo temos que considerar e assim é feito pelas ditas “culturas mais avançadas da Terra”! Como podemos fazer diferente?!
É isso Denis. Tenho o sentimento de que a falta de maturidade e conhecimento, especialmente, do poder político, é o grande complicador de todo o processo. Logo este poder que deveria conduzir um processo de governança em direção a qualificação do ambiente, de forma a prepará-lo para a grande transformação que ocorrerá num futuro próximo. Que deus ajude este território!
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