Dependência Orçamentária e insustentabilidade econômica dos municípios produtores de petróleo
O trabalho apresentado
em Portugal, por ocasião do Congresso Internacional de Engenharia de Produção, tratou
da questão relacionada à possível insustentabilidade econômica dos principais municípios
produtores de petróleo do Estado do Rio de Janeiro. A análise se deu em dois estágios.
O primeiro, através de um modelo estatístico desagregado que avaliou o impacto
das receitas orçamentárias públicas na economia local, ou seja, no crescimento
do PIB, criação de empregos, depósitos a vista e educação básica. O segundo estágio
investigou a relação entre as receitas de royalties e o investimento público. A
conclusão indicou um cenário bastante preocupante, já que os resultados
encontrados são contraditórios a literatura econômica. O crescimento da receita
orçamentário refletiu positivamente no aumento do PIB, entretanto, o mesmo
crescimento não reproduziu impactos positivos na educação básica, nos depósito
a vista e nem no emprego, exceto em
São João da Barra, em função das obras do porto do Açu e em
Rio das Ostras, no que diz respeito à educação básica, onde os resultados foram
positivos. Na análise pelo segundo estagio, não foi verificado correlação entre
as receitas de royalties e o investimento público, ficando clara a dificuldade
dos municípios em investir.
Os recursos têm sido canalizados quase em sua totalidade para
custeio, mesmo numa condição de alta dependência orçamentária as rendas de petróleo
finitas. Como é vital o aumento da pressão dos Estados da Federação para uma
redistribuição dessas rendas, assim como, é evidente a acomodação dos municípios
que não buscam alternativas, o cenário futuro em relação a sustentabilidade
econômica desses municípios é duvidoso.
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