Um passeio de observação na região do Quinto Distrito de São João da Barra
Um
passeio de observação pelo quinto distrito de São João da Barra confirma a visão
histórica de que aquelas terras foram destinadas a pecuária, especialmente, a leiteira
(Caetá, Vila Abreu, Pipeiras, Sabonete, Cazumbá, dentre outras). Porém algumas
atividades agrícolas surgiram com o tempo, especialmente o cultivo de abacaxi,
maxixe, quiabo e outras de subsistência. De qualquer forma, chama a atenção o
vazio na imensa extensão de terras. Não é aparente o investimento em pastagens,
muitas terras estão sem cultivo algum e a ausência de qualquer ação
governamental é latente.
A Vila
da Terra, projeto da EBX com o governo local não tem vida. Poucas iniciativas de
cultivo caseiro perdidas em uma área de restinga sem nenhuma expressão. Foi difícil
encontrar pessoas em um domingo de descanso para labuta do dia seguinte. Aliás,
em uma casa de apoio técnico encontrei um vigia que não tinha qualquer informação
sobre a finalidade daquele local. Aliás, me deparei com uma ação de governo em
uma área totalmente desabitada, bem depois da Vila da Terra. Trata-se de uma
quadra no meio do nada que imagino nunca ter sido usada por ninguém.
Avançando
o meu percurso, deu para confirmar a ausência do governo naquela parte do município.
As estradas de acesso ao porto foram construídas e são cuidadas pelo grupo EBX
dentro, naturalmente, dos seus interesses, enquanto que as outras estradas,
fora do circuito porto do Açu, estão abandonados. A praia do Açu é um exemplo
evidente de abandono.
Fiquei também
surpreso com a descontinuidade da estufa de Água Preta, projeto referência da Secretaria
de Agricultura para apoio a agricultura familiar naquela região. Sei que a EBX
tem divulgado a construção de novas estufas em alguma localidade, entretanto
essa pratica de destruir uma ação anterior para reproduzi-la em outro lugar,
somente para criar um novo fato, é lamentável.
Retornando
a sede, a sensação é de que uma parte substancial do território agora pertence
ao grupo empresarial. Ali serão erguidas grandes indústrias geradoras de riqueza
para fora, enquanto as atividades tradicionais tenderão ao desaparecimento. Como
conseqüência, a população rural, desprotegida de qualquer amparo do governo,
receberá os reflexos perversos do crescimento concentrado com base em recursos
naturais.
Na verdade, prezado professor, os governos não planejam (quase) nada nesta região. Fazem ações pontuais sem se preocupar com os beneficiários e se estas ações realmente tem algum objetivo prático.
ResponderExcluirRealmente, a irresponsabilidade no uso dos recursos públicos é alarmante. O exemplo dessa quadra não deixa dúvidas.
ResponderExcluirAlcimar, triste realidade, o Açu, por exemplo, sem um plano de urbanização ve avançar as construções irregulares e tende a favelização, as obras públicas feitas nesses ultimos 8 anos encontram-se sucateadas e outras nunca terminadas, o poder público se mostra ausente e despreocupado com a total desordem do município. Precisamos rever isso!
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