UMA CONTRIBUIÇÃO PARA O DEBATE SOBRE O PAPEL DO FUNDECAM
O crescimento econômico de um território pode
ocorrer em função de investimentos exógenos, investimentos endógenos ou pela
combinação de ambos. Investimentos exógenos se materializam, fundamentalmente,
pelo interesse de grandes empresas em recursos naturais, próprios da região. Elementos
diferenciados como, mão-de-obra especializada, abundância de matéria-prima, incentivo
fiscal ou a combinação dos mesmos, também podem atrair esse tipo de
investimento. Quanto aos investimentos endógenos, dependem, essencialmente, de
políticas públicas, estrategicamente, bem formuladas, a partir do planejamento
e utilização dos recursos materiais e imateriais disponíveis no território.
Em qualquer situação o papel do governo é
fundamental para regular as imperfeições do mercado que atua na seleção dos
mais aptos na concorrência pela partilha da riqueza gerada no sistema
econômico. Desta forma, o crescimento endógeno é sempre mais equilibrado, já
que evolui de forma planejada e, como as ações são integradas, facilita a
inserção dos agentes, além de favorecer a inovação e o crescimento melhor
distribuído.
Esse contexto é importante para a construção de
uma argumentação mais eficaz para a mudança de foco do Fundo de Desenvolvimento
de Campos – FUNDECAM. A sua primeira versão, voltada para atrair grandes empresas,
via recursos subsidiados, representava uma distorção, já que esse não é o papel
do governo. Os bancos oficiais (BNDES, CEF e Banco do Brasil) têm esse papel e
disponibilizam um conjunto de linhas de financiamentos para segmentos
diferenciados, enquanto que, do governo, espera-se investimento em
infraestrutura social e econômica para motivar investimentos privados. Os fracos
resultados dessa primeira fase, em termos de produção, emprego e renda,
ratificam a presente argumentação.
Outros exemplos relativos a grandes
investimentos exógenos, com base em recursos naturais, como a atividade
petrolífera em Macaé, energia elétrica na região Norte do País, minério em Minas Gerais, etc.,
mostram, claramente, o descompasso entre geração de riqueza oriunda da
atividade e o aprofundamento da pobreza do seu entorno.
Conseqüentemente, o redirecionamento do Fundecam
para apoiar o crescimento endógeno é mais adequado e, de acordo com novo
formato, o governo cumpre o seu papel, incentivando negócios locais que agregam
emprego e renda. Paralelamente, a decisão de atuar na formalização de negócios
informais é relevante, já que possibilita uma melhor condição social a esses
trabalhadores, além do impacto no aumento da autonomia orçamentária do
município em relação à receita de royalties de petróleo.
A evolução desse processo, entretanto, depende de
um diagnóstico dos estoques de recursos materiais e imateriais pertencente ao
município e, um planejamento de atividades estratégicas, no formato de
incubação de novos negócios com base em produção de alto valor agregado, considerando
a interação universidade – governo – empresa. Nesse estagio, o governo tem um
papel extremamente relevante, já que a governança interinstitucional é a chave
da competitividade dos negócios.
Olá Alcimar, parabéns, gosto muito do seu blog.
ResponderExcluirGostaria de compartilhas com você e internautas um investimento que comecei a alguns dias e tenho tido bons retornos diariamente.
Segue link: http://migre.me/ay9vV
Abraços, e sucesso!
Obrigado, vou consultar. Abraços
ResponderExcluir