A necessidade de esconder problemas dos governantes: uma cultura perversa

O município de São João da Barra tem uma grande oportunidade de discutir o seu futuro econômico, já que tem um novo governante, uma boa assessoria técnica e está diante de uma nova configuração e novo comando no Porto do Açu. O momento exige um olhar técnico sobre as questões que representam importantes gargalos socioambientais para o território. Não é momento para a discussão leiga e bajuladora, como fazem alguns em defesa de seus próprios interesses.   

Por que não reconhecer os problemas inerentes ao porto do Açu? O grupo que só enxerga benefícios prejudica, fortemente, o governante. Não é necessário esconder os problemas do prefeito atual, já que não foi ele que os criou. Por outro lado, as soluções surgem quando os problemas são identificados.

Se olharmos os relatórios de impacto ambiental do porto do Açu de 2006, veremos que o empreendedor não cumpriu com as suas obrigações e os reflexos negativos caíram sobre a população. A pesca artesanal está em decadência, assim como a agricultura. Em 2006, a área colhida de lavoura temporária era de 4.100 hectares. Em 2012, essa área caiu para 2.934 hectares. O que representa isso?  Ainda, quem não se lembra da forte especulação imobiliária? A criminalidade que tem avançado fortemente no quinto distrito. Ou não? Não se preocupem em proteger o Prefeito, a culpa não é dele. Agora, dizer tudo está uma beleza chega a ser ridículo. Na verdade estas pessoas estão é se protegendo.

Outro dado importante, ainda, é a fragilidade do governo anterior no esforço de investimento em infraestrutura. Em 2012, de uma previsão de gastos em investimento da ordem de R$54,2 milhões, só conseguiu realizar R$30,9 ou 8,63% das receitas correntes. No ano anterior esse percentual atingiu somente 1,63%, ficando evidente a fragilidade da execução fiscal do governo anterior.

Quando olhamos para o indicador que mostra claramente a dinâmica econômica, a participação do município no ICMS, vemos que em 2004, (referente as atividades de 2002) o coeficiente de participação na receita do Estado era 0,548. Em 2013 (correspondente as atividades de 2011), esse mesmo índice é de 0,489.


São essas questões que precisam ser discutidas e, de forma honesta, sem bajulação. A "proteção" que estão querendo fazer em relação ao prefeito é perversa e não ajuda em nada. Ou se coloca o conhecimento técnico cientifico a serviço dos problemas correntes ou nos lamentaremos no futuro. 

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