O reflexo real dos grandes investimentos no emprego formal
Os resultados da avaliação do emprego formal
no Estado do Rio Janeiro, nos anos 2007 / 2013, outubro como referencia, contrariam
as expectativas criadas, em função de maciços investimentos nas atividades de
petróleo e infraestrutura portuária. Especialmente na região Norte Fluminense,
onde localizam-se importantes bacias petrolíferas, é erguido um mega
empreendimento portuário, cujas obras são iniciadas em 2007. Trata-se do
complexo portuário do Açu em São João da Barra, que avança paralelamente as
primeiras descobertas do pré sal. Em complemento ao quadro de investimento
regional, é assinado em 2010 o contrato para início das obras do complexo
logístico do Farol/Barra do Furado.
Diante de grande expectativa de crescimento
econômico, a FIRJAN divulga um montante de R$ 181 bilhões de investimento para
o período 2011-2013 no Estado, onde a região Norte Fluminense participa com
7,3% ou R$ 14 bilhões para o mesmo período. No caso específico do município
sede do Porto do Açu, os gastos nesse período se aproximaram de R$ 5 bilhões,
considerando o orçamento público.
Todo esse esforço de investimento,
entretanto, considerando janeiro/ outubro de 2013 como referencia e janeiro/
outubro de 2007 como base, mostra uma queda de 50,69% no saldo acumulado de
emprego no Estado, onde a micro região
do Rio de Janeiro declinou 50,57%. Das 16 microrregiões do Estado, somente 4 conseguiram resultados positivos, conforme
gráfico.
As microrregiões Itaperuna, Santo Antonio de Pádua,
Campos dos Goytacazes e Vassouras foram as únicas do Estado que geraram saldos
de emprego positivo. Importante observar que Vassouras, Santo Antonio de Pádua
e Itaperuna estão fora da rota de petróleo e distantes do litoral onde estão
sendo construídos os portos.
Mesmo de forma estática, esses indicadores
tem o papel de chamar a atenção para a real relevância desses grandes
investimentos exógenos para a questão do desenvolvimento local/regional. Não
existe dúvidas, por outro lado, de sua importância no contexto do país. Entretanto,
é preciso melhor entender a relação entre esses investimentos e a cultura
local. O que não é razoável é o Estado do Rio de Janeiro gerar 118.636 no
período de janeiro a outubro de 2007 e depois de investimentos maciços terminar
o período de janeiro a outubro de 2013 com 58.495, ou seja uma queda de 50,69%
no nível de emprego formal.
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