O avanço do gasto público e o risco de comprometimento social

A política fiscal do país em 2013 apresentou um resultado consolidado preocupante, já que seus reflexos indicam uma maior dificuldade de investimento para 2014. O superávit primário alcançado de 1,9% do PIB neste ano, representou o menor esforço fiscal desde 2001. Na verdade esta situação mostra o avanço dos gastos públicos, tanto nos governos (federal, estadual e municipal), como nas estatais e toda instancia governamental.  

Vale a pena ainda a observação de que gastos são as despesas orçamentárias classificadas em custeio (necessidades de curto prazo para a manutenção da estrutura governamental) e investimento (infra estrutura garantidora do bem estar social e fomentadora de negócios no médio e longo prazo). No caso do Brasil, o custeio tem avançado em detrimento do investimento.

Olhando a questão do esforço de investimento na região Norte Fluminense, segundo os dados disponíveis, podemos verificar o quanto é preocupante tal situação (gráfico acima).
  

O investimento liquidado refere-se ao período de janeiro a outubro e conforme pode-se verificar, somente Campos dos Goytacazes apresenta um perfil com maior disposição para investir. O Estado do Rio de Janeiro liquidou somente 9,17% das receitas correntes realizadas no período, enquanto Campos liquidou 16,84%. Os municípios de Macaé, São Fidélis e São João da Barra, os únicos da região com dados disponíveis na base da Secretaria do Tesouro Nacional, apresentaram baixa propensão ao investimento. Infelizmente essa situação não é pontual, já que a sua ocorrência se remete a alguns anos. Reflexos como baixo padrão educacional, padrão de saneamento básico deficitário, baixo padrão de assistência da saúde pública e ausência de dinâmica na economia local, parecem ser uma constante em muitos municípios pelo país a fora. 

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