Dinheiro novo não resolve os problemas financeiros dos municípios produtores de petróleo da Bacia de Campos
Os municípios produtores de petróleo da Bacia
de Campos estão quebrados e sustentam a tese de dinheiro novo como alternativa para
o equilíbrio das contas públicas. Mais um erro de diagnóstico, já que o
problema é a falta de competência gerencial dos governos, todos sem exceção, que
não conseguem controlar as despesas. Parece que o conhecimento científico é uma
doença que os governantes precisam manter bem distante.
Vou citar alguns dados para justificar a minha
afirmação. Primeiro é incontestável o estado de acomodação desses municípios às
elevadas receitas de royalties e participações especiais da produção de
petróleo. As gestões públicas, de maneira geral, não organizam, minimamente,
uma estrutura técnica para pensar os municípios no médio e longo prazo. As atividades
tradicionais funcionam com um padrão elevado de informalidade e forte ineficiência,
o que contribui para fuga de recursos importantes.
Por outro lado, as previsões orçamentárias são
peças de ficção que não levam em consideração os cenários nos âmbitos internacional,
nacional e regional. São organizadas a base do empirismo e os erros logo
aparecem. Esses municípios não observaram que o estado do Rio de Janeiro, onde
está localizada a Bacia Petrolífera de Campos, vem perdendo participação, em
relação a produção do país, desde 2009, quando a mesma alcançou 85%. Em 2015
essa participação bateu 67,4% indicando uma importante redução da produtividade
que já era esperada.
Outra questão importante foi a crise financeira
internacional, iniciada em 2008 e que foi ignorada por todos. Evidente que que
teria impactos nos municípios produtores, já que a balança comercial brasileira
tem forte dependência da exportação de commodities, dentre eles, o petróleo.
Acredito que esse quadro confirma a tese de que
dinheiro novo não vai resolver o problema fiscal desses municípios. De forma
direta, a solução está no reconhecimento da importância do conhecimento técnico-científico
como instrumental essencial para o entendimento do problema e,
consequentemente, na contribuição para a formulação de estratégias de solução
das dificuldades presentes.
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