A Atividade Leiteira nas regiões Norte e Noroeste Fluminense
A atividade leiteira nas regiões Norte e Noroeste Fluminense
perde expressão econômica devido a sua precária organização produtiva. Com um
formato microeconômico, onde as propriedades atuam individualizadas, as
políticas públicas dirigidas para o setor não revolvem os seus gargalos. As
unidades produtivas têm escala insuficiente, baixo padrão tecnológico, baixa
qualidade dos produtos e custos elevados que inibem a possibilidade competitiva
do setor.
A produção leiteira no Brasil cresceu 2,68% em 2014,
com base em 2103. No estado do Rio de Janeiro foi registrado uma queda de 5,1%
e Campos dos Goytacazes perdeu 20,8% de sua produção em litros, no mesmo
período. Itaperuna contribuiu positivamente com um crescimento de 9% e São
Francisco de Itabapona contribuiu com um crescimento de 36,1% no período analisado.
O gráfico acima apresenta a trajetória da produção leiteira
nos anos 2000 para os municípios de Campos, Itaperuna e São Francisco de
Itabapoana.
Conforme podemos verificar, São Francisco de
Itabapoana apresenta uma consistente evolução da produção leiteira nos últimos
anos, chegando a maior produção individualizada do estado em 2014. Foram
produzidos 42,0 milhões de litros de leite ordenhados de 35 mil vagas neste ano.
Entretanto, a performance isolada de qualquer
município não é suficiente para aumentar a competitividade do setor. Temos um
problema de organização produtiva, cuja solução exige a troca do processo
operacional microeconômico por um processo operacional mesoeconômico. Podemos
implementar um polo leiteiro em um raio de aproximadamente 100 km, entre Campos
a Itaperuna. A estrutura mesoeconômica proposta, consiste na visão de
território (integração relacional de espaços de interesse) em substituição a
prática de propriedade individualizada; cooperação e reciprocidade como
fundamentos de ampliação da escala e redução dos custos de transação;
integração universidade - governo - firmas para o fomento à inovação,
comercialização e padrões de eficiência gerencial.
A estrutura do polo reúne os municípios leiteiros do
Noroeste Fluminense no entorno de Itaperuna (São José de Ubá, Natividade,
Miracema, Bom Jesus, Santo Antônio de Pádua, Laje do Muriaé e Porciúncula) e os
municípios leiteiros do Norte Fluminense no entorno de Campos dos Goytacazes
(Cardoso Moreira, Conceição de Macabu, São Francisco de Itabapoana e São
Fidélis). A produção integrada desse polo somou 135,5 milhões de litros de
leite em 2014 ou 25,1% da produção do estado do Rio de Janeiro. Importante observar
que esse volume representava 34,3% em 2013. O ano de 2014 não foi bom para a
pecuária na região. O total produzido na estrutura do polo indicado foi menor
30,7% em relação a 2013, enquanto a queda da produção do estado do Rio de
Janeiro foi de 5,1% no mesmo período.
Os números indicam a necessidade de intervenção e a
operacionalização da estrutura proposta para o polo leiteiro, pode viabilizar
questões relevantes, tais como: aumento da escala, refinamento dos produtos,
diluição dos custos de transação, inovação de produto e processo e a criação de
novas firmas e negócios, ampliando as vantagens competitivas do setor, com
reflexos no emprego, na renda e no bem-estar entre os envolvidos.
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