Uma visão realista sobre trabalho na Região Norte Fluminense
A divulgação sobre geração de trabalho na Região Norte Fluminense se transformou numa potencial estratégia, especialmente, para os políticos interessados em mostrar a sua importância. Primeiro, não é o político que capta investimentos. As empresas só investem em projetos que garantam resultados, portanto, a certeza de ter ou não um investimento num determinao local depende, essencialmente, da viabilidade econômica do projeto. Uma outra preocupação é o número de empregos divulgados para cada projeto. Parece bem exagerado.
Os indicadores acima sobre o mercado de trabalho na região, apurados pelo Censo de 2000 realizado pelo IBGE, mostram uma situação que ajuda a entender melhor a questão do emprego. Podemos observar que em 2000, a população economicamente ativa ocupada na região, somava 264.747 trabalhadores, dos quais 120.082 eram informais, ou seja, 45,36% dos trabalhadores ocupados na região estavam na informalidade. Isso mostra a real dificuldade de inserção dessa população trabalhadora em investimentos que exigem qualificação profissional. Por mais que esses dados não sejam atuais, o presente momento não deve ser tão diferente, já que capacitar pessoas e construir infraestruura demanda tempo e a região não demonstrou tanta evolução nesses nove anos.
O gráfico ao lado, indica a situação do trabalho informal em cada municipio da região, segundo o mesmo censo.
Por outro lado, com certeza uma discussão muito relevante talvez não chame a atenção da região. Trata-se da lei que entrou em vigor em primeiro de julho e regula, extamente, a questão da informalidade.
É o Programa Microempreendedor Individual (MEI), que ajudará a formalizar a vida de 11 milhões de trabalhadores no país, possibilitando benefícios diversos a essa classe até então excluida da cobertura social. O programa para a região é muito importante, pois pode inserir um número representativo desses trabalhadores, os quais poderão gerar novos empregos e internalizar beneficios como: cobertura previdenciária, acesso bancário, redução tributos e, fundamentalmente, cidadania.
Por esse motivo, as entidades representativas da sociedade, que se preocumam com o futuro, devem interferir nos programas de governo de seus municípios, tendo em vista que muitos dos governantes possuem uma visão imediatista, sem buscar soluções de médio e longo prazo.
ResponderExcluirSem dúvida, esta é uma boa discussão. A democracia por essas bandas parece sofrer certa fragilização. A sociedade é representada por um único segmento, o poder público, enquanto as organizações não governamentais apresentam dificuldades de se organizar em função da pouca participação dos seus atores e, fundamentalmente, pelas ações desintegradoras dos grupos que detém poder. Este cenário, em muitos casos, exclui o conhecimento do processo de gestão municipal já que, prioritariamente, a escolha política é a pratica mais comum. Na verdade, os problemas são resolvidos a partir da inserção do conhecimento, o que leva a percepção de que enquanto não houver uma melhor distribuição de forças entre o público e o privado na sociedade, o conhecimento será colocado em segundo plano e as ações puramente políticas continuarão sendo priorizadas. A idéia de intervenção colocada parece ser um pouco difícil no curto prazo.
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