RODOVIA TRANS-LITORÂNEA
Avaliação do economista Ranulfo Vidigal
Em
recente visita internacional, o Ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciava
para investidores do exterior uma grande parceria público-privada (PPP). O
Objetivo será repassar à iniciativa privada a ampliação de oito mil quilômetros
de rodovias, dez mil quilômetros de ferrovias, além da gestão de aeroportos
importantes e terminais portuários.
Ligando
este fato a uma questão importante para a nossa região, destaco um projeto
estruturante na área logística. Trata-se da Rodovia Trans-litorânea, modelada
com o intuito de transformar-se em uma PPP. Esta rodovia cruzará toda a orla da
região Norte Fluminense, interligando vários trechos de estradas estaduais, interligando
o município de Macaé ao sul do estado do Espírito Santo. Desta forma, a rodovia cortará os dois
grandes investimentos industriais e portuários em fase de implantação em nossos
municípios, o Complexo Logístico de Farol – Barra do Furado, entre Campos e
Quissamã, e o Porto do Açu, em
São João da Barra.
Vivemos
um momento em que os antigos traçados das rodovias federais que cortam nossas
cidades, a BR 101 e BR 356, revelam-se insuficientes para
fazer face ao crescimento da demanda de deslocamento de pessoas, alimentos e
matérias-primas. Diante desta nova realidade, torna-se crucial a criação de uma
agenda de planejamento prévio das necessidades que unam desenvolvimento
econômico, inclusão social, sustentabilidade ambiental e logística, de modo que
o conjunto das novas plantas, ao invés de causar transtornos ao dia-a-dia da
população, venha gerar externalidades positivas, na forma de emprego, renda e
bem estar.
É
sempre conveniente manter o acompanhamento do impacto negativo dos novos
projetos, de modo a mitiga-los bem no seu início. Vejamos como exemplo concreto
a desarticulação urbana que representa a passagem da BR 101 por dentro de nossa
cidade. O trânsito fica mais caótico e o tempo médio de deslocamento das
pessoas no trajeto casa – trabalho, casa – escola, casa – lazer fica cada vez
maior, restando menos tempo livre para a população usufruir do convívio
familiar, do lazer criativo e também para o melhor aproveitamento das belezas
arquitetônicas da nossa cidade histórica.
De
um modo geral, a melhor forma para garantir o crescimento econômico de regiões
economicamente desfavorecidas é assegurar o avanço dos investimentos
estratégicos em seu território atacando desigualdades, revitalizando áreas
deprimidas e elevando o grau de prosperidade da população como um todo. No dia
25 próximo, a reunião do COMUDES trará este tema da Rodovia Trans-litorânea à
mesa de debates.
Ranulfo
Vidigal – economista, mestre e doutorando em políticas públicas, estratégias e
desenvolvimento pelo Instituto de Economia da UFRJ.
Caro professor Alcimar: moro às margens da BR 356, no trecho denominado Avenida Presidente Kennedy, no bairro Jóquei e sinto informar que o tráfego de carretas está causando grandes transtornos.
ResponderExcluirGrieg,utilizo a BR356 todos os dias, já que moro em SJB e trabalho na UENF. Realmente,ai podemos observar uma forte externalidade negativa do Porto do Açu. A transformação é substancial e expõem todos os usuários diariamente. É uma pena que a sociedade e os governos tenham dificuldade em entender o seu papel, se posicionando em prol das medidas compensatórias que estão ficando esquecidas.
ResponderExcluir