As realizações de São João da Barra-RJ no contexto da agenda 2030
A preocupação mundial com o processo de desenvolvimento econômico, social e proteção ambiental, comprometeu os membros da Organização das Nações Unidas (ONU) à construção de um grande pacto supranacional para enfrentamento dos principais desafios globais. A conhecida agenda 2030 foi institucionalizada no ano de 2015 em Paris na França.
Como contribuição para um melhor entendimento dos fundamentos econômicos, sociais e ambientais no âmbito dos países, regiões e espaços locais, a rede SDSN (UN Sustainable Development Solution Network) desenvolveu o índice de desenvolvimento sustentável das cidades (IDSC). O presente índice foi divulgado em agosto deste ano, pelo Instituto Cidades Sustentáveis com o objetivo de promover a prosperidade econômica.
Nesse contexto, foram identificados diferentes objetivos de desenvolvimento sustentável (OSD) que ponderados, possibilitam um índice médio para cada município do Brasil. Trata-se de uma importante ferramenta para a gestão publica.
Calculado para os 5.570 municípios do Brasil, podemos observar que o estado do Rio de Janeiro só aparece na classificação 117, onde a cidade Quissamã chegou em primeiro lugar no estado, com a pontuação 58,67 (considerado o intervalo de 0 a 100). Nas posições anteriores têm destaque os estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. A cidade referência no país, que aparece em primeiro lugar, é São Caetano de Sul - SP, com uma pontuação de 64,42, indicando uma realização alta dos objetivos
A nível de exemplo e com o objetivo de abril os índices representativos dos objetivos traçados, apresentamos o retrato de São João da Barra - RJ. Trata-se de um importante cidade que além de produtora de petróleo da Bacia de Campos é sede do porto do Açu.
A tabela a seguir lista os objetivos de desenvolvimento sustentável no contexto na agenda 2030 e os índices apurados medem o nível de realização dos objetivos por São João da Barra - RJ. O município atingiu uma pontuação de 51,11, considerada uma realização média dos objetivos.
No âmbito destes números, quero deixa uma reflexão importante sobre o que a literatura econômica internacional prega sobre questão do desenvolvimento socioeconômico. Países periféricos com dificuldade de crescimento, mesmo os ricos em recursos naturais, tendem a provocar mais desigualdade e aprofundamento da pobreza. Internamente as regiões costumam ter alto padrão de desigualdade, já que a politica macroeconômica dificilmente chega na mesmo velocidade em todos os espaços.
Neste caso o esforço endógeno é fundamental, sem ignorar as ações exógenas, especialmente, para o aumento da competitividade de regiões mais empobrecidas, com reflexo no bem estar das populações.
Entretanto, o êxito das estratégias nesse contexto exige instituições fortes e ativas, educação bem estruturada para gerar competitividades nos indivíduos, consistente infraestrutura econômica e social, disposição para a interação local, organização produtiva em cadeias, visão focada na inovação.
Contrastando os mesmos fundamentos com os resultados encontrados no município, aflora um sentimento de grande preocupação sobre as reais possibilidades de avanço econômico, social e ambiental do mesmo.
No objetivo educação de qualidade o município registros uma pontuação entre 0 a 39,99 correspondente a um nível muito baixo. No objetivo indústria, inovação e infraestrutura a pontuação ficou entre 0 a 39,99 correspondente a um nível muito baixo
Os indicadores que medem a realização dos objetivos relativos a vida na água e vida terrestre também ficaram entre 0 e 39,99, indicando um nível de realização muito baixo. Finalmente a capacidade de realização de parcerias para implementação dos objetivos atingiram também um nível muito baixo, com uma pontuação ente 0 a 39,99.
Importante observar que mesmo que outros objetivos tenham atingido níveis mais representativos, a trajetória de futuro do município fica extremamente prejudicado, se não houver comprometimento e intervenção dos gestor na solução dos problemas indicados.
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