Piscicultura uma alternativa para a geração de trabalho e renda

Transcrevo neste espaço, matéria do programa "Pequenas Empresas" da TV Globo do último domingo.
27/03/2011 08h00 - Atualizado em 27/03/2011 09h41 Projeto com criação de tilápias cria negócios e gera renda no ES Comunidade de pescadores saiu da pobreza e virou dona de três negócios. Criação de tilápias, peixaria e restaurante saem de projeto de psicultura. Do PEGN TV Um projeto no Espírito Santo ensina um grupo de pescadores a criar tilápias, com suporte e orientações. Além de gerar trabalho e renda, a experiência na área da psicultura já abriu novas oportunidades de negócios e multiplicou a renda. Uma comunidade de pescadores saiu da pobreza e virou dona de três negócios: uma criação de tilápias, uma peixaria e um restaurante. A multiplicação de renda é resultado de muito trabalho no município de Serra. Os pescadores têm 156 tanques-rede na Lagoa do Juara. São mais de 70 mil tilápias. Todo dia, às 6h, uma equipe distribui ração e recolhe alguns peixes. É assim desde que o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) chegou à comunidade com o projeto de piscicultura. O projeto começou em 2002, com o estudo da água da Lagoa do Juara. Especialistas avaliaram a profundidade, a transparência, a quantidade de nutrientes e de oxigênio “A gente encontrou a comunidade numa situação muito precária. O bairro era pouco habitado, não havia asfalto, não tinha linha de ônibus. A comunidade, como um todo, necessitava obter renda e as dificuldades eram muito grandes devido ao baixo grau de escolaridade”, diz Adriano Matos Rodrigues, do Sebrae em Vitória. O grande desafio foi ensinar a criar os peixes ao invés de pescá-los. “Ninguém conhecia uma tilápia criada na gaiola. O pescador conhece peixe. Mas tem uma diferença do pescador para o piscicultor. O pescador tira da água o que é da água. E o piscicultor explora a água. O que não é da água ele põe lá e cria”, explica João Valadão Primo, da Associação de Pescadores. Projeto O projeto começou em 2002, com o estudo da água da Lagoa do Juara. Especialistas avaliaram a profundidade, a transparência, a quantidade de nutrientes e de oxigênio. Os primeiros 12 tanques só chegaram em 2004, depois que a Prefeitura de Serra doou R$ 40 mil para o projeto. A Fundação Banco do Brasil doou mais R$ 150 mil. Dinheiro suficiente para comprar ração, alevinos, o barco para o transporte dos peixes e mais tanques-rede. Aí foi só escolher a espécie certa. “A tilápia, a gente já detém a tecnologia de produção. E a aceitação do pescado, no mercado de restaurantes, no mercado popular também, que são as pessoas que vêm comprar, levar para suas residências, a tilápia tem uma boa aceitação”, diz Rodrigues, do Sebrae. Os peixes são alimentados a cada seis horas. “Tem que cuidar bem desses peixes aí, porque eles é que põe dinheiro lá em casa”, afirma o pescador Sidmar Dias de Oliveira. Vendas A cada semana os pescadores tiram quase 2 mil tilápias da lagoa. As tilápias são vendidas na peixaria da associação, mas nem sempre foi assim. Antes a produção era levada para quatro feiras livres. “Serviu para divulgar. Na feira livre, foi uma propaganda boca a boca. A gente falando com o freguês, e o freguês falando com o outro, e a gente foi divulgando”, explica Primo. Hoje os clientes vêm de Serra, Vitória e várias cidades da região. O motivo é simples. “Pega ele fresquinho na hora (...). Fica mais gostoso. O sabor é outro”, opina o consumidor José de Almeida Soares. Em um mês são vendidas 7 toneladas de peixe. O freguês pode comprar tilápia in natura ou só o filé. “Quase toda a semana a gente compra um pouquinho”, diz o consumidor Nílton Valgas. “Hoje foram mais ou menos 5 ou 6 quilos”, diz. Restaurante A banca, contudo, não dá conta de vender todos os peixes. Por isso, o pessoal criou um novo negócio. Um restaurante que serve cinco receitas com tilápia. O restaurante foi construído com a ajuda de uma grande empresa local, que doou quase R$ 400 mil. Quem cuida da cozinha são as esposas dos pescadores. A cozinheira Maria Madalena Peres busca os peixes todas as manhãs. Ela é casada com o vendedor Jaílson Oliveira, mas mesmo assim faz questão de avaliar o produto. “Negócios à parte. O peixe tem que estar sempre fresquinho”, diz a cozinheira. Cada associado, como o vendedor Jaílson, ganha R$ 1,1 mil por mês. A vida melhorou muito. “Consegui comprar um carrinho, um terreno também, paguei tirando daqui. Para mim tá uma maravilha, tá ótimo, graças a Deus”, diz o vendedor. Os pratos mais pedidos no restaurante são as iscas fritas e a moqueca de tilápia. Em um domingo ensolarado, o restaurante serve mais de 800 pessoas. “Outras tilápias que eu já comi, em outros municípios, eles criam a tilápia em tanque fechado, então fica aquele gosto de barro. Aqui não, é criada a tilápia em ambiente natural, água corrente, ela é gostosa, é um peixe gostoso”, Simone Farage. Aprendizado Os negócios trouxeram independência financeira aos associados. “É muito bom não ter uma pessoa para ficar mandando na gente. É muito bom a gente ser dona”, diz Maria Madalena. O pescador Natanael Silva estudou só até a terceira série. Mesmo assim foi nomeado tesoureiro do grupo e aprendeu com o Sebrae a gerenciar as finanças. “Hoje, mesmo sem estudo, eu cuido de uma conta bancária que movimenta mais de meio milhão de reais por ano”, afirma. Artesanato O Sebrae planeja, ainda, montar um núcleo de artesanato para aproveitar a taboa e o couro de tilápia. “Esse trabalho vai ser focado em pessoas que não estão hoje vinculadas ao projeto. Para a gente ampliar o número de pessoas com renda aqui na própria comunidade”, diz Rodrigues, do Sebrae.


Um bom exemplo para São João da Barra...................

Comentários

  1. É isso ai professor, o programa PEGN e até no Globo Rural do domingo passaram exemplos para o Brasil que são sucessos e que poderiam esta beneficiando milhares de pessoas em nossa região, mas por incompetência política não são colocadas em prática. Quanto vejo algo como o dessa reportagem fico me perguntando como adaptar para a nossa realidade e gerar renda em nossa região, pena que não temos uma varinha mágica para tornar essas cosias realidade em nossa cidade e servir de exemplo para o nosso país. Nossos governantes estão ocupados apenas com a arrecadação do município, "temos que aumentar essa arrecadação", mas eles pensam pouco quando têm o dever de devolver isso em programas sérios para seus eleitores e moradores! A população tem que está mais consciente do que é possível fazer com tantos recursos e parar de trocar votos por favores menores... Enfim, fico feliz em ver exemplos assim e triste em saber que aqui não temos competência em desenvolve-los e outro tantos projetos que poderiam está ajudando a mudar de fato a realidade econômica e social da nossa região. O porto não é o milagre que vai mudar isso... Abçs.

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  2. É isso Denis. Projetos simples com base em conhecimento e uma boa dose de comprometimento dos gestores públicos, podem conduzir o município a um estagio importante de desenvolvimento.

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