Agricultura em São João da Barra: dicotomia entre discurso e resultado
O gráfico a seguir apresenta a trajetória do rendimento médio das principais culturas no período estudado. Observe que somente a cultura do abacaxi melhorou a sua produtividade em 2010, entretanto, sem alcançar a sua condição de 2005 e 2006. Aliás, diversos convênios técnicos têm sido amplamente divulgados entre o governo local a UFRRJ e a empresa LLX. O projeto Vila da Terra, recém inaugurado, é fruto dessas iniciativas, o que reforça a tese de que as medidas compensatórias de fortalecimento da agricultura, em função da obras do porto do Açu, precisam ser discutidas com uma maior abrangência técnica.
Outra modalidade, a de cultura permanente, é pouco expressiva em termos de área. Em 2010 a cultura do côco-da-baia representou uma área colhida de 90 hectares e a goiaba representou uma área colhida de 70 hectares. No caso do côco-da-baia, observou-se um aumento de rendimento em torno de 30% em 2010, enquanto que o cultivo da goiaba permaneceu o mesmo. De qualquer forma, o aumento de produtividade do côco-da-baia na cultura permanente e do abacaxi na cultura temporária, não descaracteriza a tese de que a atividade agricultura no município necessita de uma visão mais profissional, ou seja, o poder público precisa planejar melhor a atividade, identificando um modelo mais apropriado de organização produtiva e gestão mercadológica, de forma que a onda industrial não afogue esta atividade tão importante para a geração de emprego e alimento para a população local.
Muito boa essa postagem,prof. Alcimar.
ResponderExcluirA agricultura ainda é um dos maiores empregadores no Norte Fluminense, mas parece que os governos estão dando pouca importância para esse setor!
Diminuição da área agrícula, perda de produtividade e baixa rentabilidade significam mais pessoas se deslocando para cidades em busca de sobrevivência.
Será que um lavrador que plantou cana toda sua vida, terá condições de se capacitar e se transformar em um soldador, por exemplo?
Boa intervenção. Defendo a visão de que as atividades tradicionais, dentre elas a agricultura, são essenciais para potencializar o desenvolvimento econômico local/regional. Olhe a cana-de-açucar, citada no seu comentário, é estratégica para o mundo moderno, porém e a região que tem um histórico de refêrencia no cultivo não consegue lidar, estratégicamente, com esse recurso tão importante. Insisto que a atividade agricola, organizada com a devida dotação de conhecimento científico e pensada numa outra ótica organizacional, internalizando um contexto de cadeias produtivas, produtos de maior valor agregado e a arquitetura em redes de empresas, pode possibilitar uma conviviencia equilibrada com as novas atividades modernas que estão chegando para a região.
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