O fim do projeto de piscicultura integrada em Atafona financiado pela Petrobrás

Os principais motivos pelo encerramento do projeto estão cristalizados no ambiente sociocultural, ou seja, o forte individualismo, a concentração de poder do executivo local que permite aniquilar as ações que não são do seu interesse, a excessiva dependência econômica da população ao poder público, a ausência de um perfil empreendedor localmente e um acentuado desinteresse da população por questões de ordem coletiva.
Entretanto, o encerramento anotado não significa abandono dos ideais. Como sabemos, o município de São João da Barra vive um grande paradoxo, onde a riqueza do petróleo e os recentes investimentos em infraestrutura portuária, com perspectiva de porto indústria, acentuam declínio econômico e empurra parte da população para espaços de exclusão. Neste caso, entender as origens dos problemas elencados e formular políticas públicas com capacidade de fortalecer as atividades econômicas domésticas pode ser o caminho essencial para a inclusão mais ampliada da população.
Visando contribuir nesse processo, estruturamos um projeto de resgate da história local, cujo objetivo é produzir conteúdos, a partir da pesquisa bibliográfica e da pesquisa de campo, para disseminação nas escolas e na sociedade, de forma que a mesma sociedade possa repensar comportamentos e quebrar hábitos que são verdadeiros gargalos ao desenvolvimento econômico sustentável.
O projeto funcionará no prédio da piscicultura em Atafona com três bolsistas da escola municipal Newton Alves na mesma localidade, os quais terão a oportunidade de aproximação com a Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro - UENF e abertura de um canal de informação potencial para a sua evolução profissional. O prédio já conta com uma biblioteca em formação e ficará aberto para visitação e uso do material bibliográfico bastante diversificado.
O aprendizado envolvido nas experiências frequentemente é mais importante do que elas próprias ou seus resultados pontuais. Permanece o desafio de construir coletivamente saídas para nossos dilemas, desafio que claramente não poderá ser enfrentado mediante medidas 'redentoras', mas pela catalisação de pequenos esforços e iniciativas.
ResponderExcluirPerfeita a sua visão Dilcéia. Por acreditar que uma ação implementada com responsabilidade e comprometimento sempre deixa algo de positivo para impulsionar novas ações, é que me proponho a continuar contribuindo na melhoria dos pontos críticos identificados na experiência relatada. Obrigado pela intervenção.
ResponderExcluirSabe fico impressionado com a falta de sensibilidade das "autoridades incompetentes", espero que tão loco essa história possa ser mudada. É inadmissível vivermos em um Estado e um Município que adotam apenas um modelo de desenvolvimento em detrimento dos que existem achando que estará substituindo! Não conheço o projeto de perto, mas pelo que leio e acompanho tenho que dar os parabéns a todos os envolvidos e espero que em breve, quem sabe, o projeto renasça com mais força e para todo o município. O governante tem que abraçar todo o projeto que visa mudar a realidade de seus munícipes, um município forte tem saúde, educação, produção agrícola, indústria, comércio... é um erro fazer política apenas para um setor. Parabéns a todos os envolvidos!
ResponderExcluirDenis, a nossa expectativa é de que possamos resgatar este projeto brevemente. Realmente trata-se de uma experiência interessante que pode gerar muito trabalho e renda nas comunidades. De qualquer maneira, o conhecimento adquirido está vivo e os governantes passam. Vamos aguardar. Abraços
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