Fragilidades da democracia
É consensual a visão
sobre a importância do fortalecimento dos movimentos sociais para o desenvolvimento
sociocultural de um município, região ou país. Em
São João da Barra vivenciamos um movimento contrário, onde parte
da população ignora o seu papel de cidadão e, conseqüentemente, seus direitos democráticos.
A dependência em relação ao poder público constituído é perversa e destrói as
possibilidades de evolução da sociedade, seja no contexto democrático, seja no
contexto socioeconômico. Vejam alguns exemplos que ilustram esta tese: (i) as tentativas
oportunistas de desqualificação dos movimentos políticos de oposição, (ii) a
compra evidente de adeptos políticos através do uso inadequado de recursos públicos
(aluguéis de imóveis sem qualquer justificativa), (iii) o uso de um patrimônio cultural
público para interesse partidário. Este ponto chama a atenção, por se tratar do
uso do Democrata, clube social do inicio do século passado, construído para o
lazer e a integração da sociedade local. Este espaço tem uma história
importante na formação de muitos jovens da cidade, os quais ali se divertiam,
praticavam esporte, namoravam e se casavam. Enfim, neste como nos outros clubes
da cidade a sociedade por inteira se integrava. Fico pensando, como um patrimônio
com essas características pode ser privatizado e destinado a interesses tão particulares.
Trata-se na verdade de uma grande aberração que precisa ser questionada, afinal
o que diz o estatuto do clube? E o quadro de sócios? Simplesmente desapareceram,
assim como os movimentos sociais e os patrimônios públicos. Temos uma cidade
sem referencias?
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