Uma reflexão sobre um modelo para a agricultura familiar na RNF
Neste momento de acalorados
debates políticos para as eleições ao executivo municipal, pensar um modelo adequado
para dinamizar a agricultura familiar nos municípios da região norte Fluminense
é fundamental. Entendo que um caminho seria formular a sua estrutura a partir
de um diagnóstico da atividade, seguido pelo planejamento da oferta,
inicialmente, baseando-se na demanda da merenda escolar. Esta visão é
justificada, já que a rede municipal importa alimentos, gerando emprego em
outras regiões. De posse do planejamento, o governo deve formular uma rede de
articulação envolvendo, de um lado, a universidade e centros de pesquisas
agropecuárias para a combinação e aplicação de conhecimentos científicos e
práticos e, do outro lado, os bancos oficiais com suas linhas de crédito
específicas para a atividade. A aplicação do modelo deve seguir a fórmula dos “projetos
demonstração” e devem ser acompanhados por um grupo de profissionais de conhecimento
interdisciplinar, com o objetivo de reconstruir a confiança abalada e
incentivar mudanças de praticas que são nocivas ao produtor rural. A
disseminação desse modelo visa gerar uma oferta de produtos de qualidade e alta
produtividade que deverá ser compatibilizada com a criação de agroindústrias
(produtos processados por grupos familiares). O governo local deve liderar a
coordenação desse modelo, já que terá o compromisso de articular conhecimentos
que transforme a fraca agricultura de subsistência em uma agricultura com
características empresariais, ou seja, agricultura a base de conhecimento,
organizada em cadeias produtivas, produzindo produtos de alto valor agregado e
capaz de gerar emprego, renda, qualidade de vida no campo e sustentabilidade.
Esta pode uma poderosa estratégia para evitar exclusão social, além de manter a
base agrícola dos municípios para evitar a dependência alimentar a outras
regiões.
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