Competitividade Regional
Análise do economista Ranulfo Vidigal
Quando avaliamos o grau de competitividade entre países, ou regiões observamos que nações ricas e industrializadas se beneficiam com a especialização em serviços produtivos de grande valor agregado, bem como da alta tecnologia que gera “competitividade estrutural” – baseada na capacidade de inovação tecnológica.
Na outra extremidade situam-se os países emergentes, guiados pela competitividade baseada nos preços de seus produtos, como decorrência dos baixos salários, da degradação ambiental, da flexibilidade das leis trabalhistas, da informalidade, dos incentivos fiscais e da fraca estrutura das políticas públicas de bem estar social. De certa maneira, são estas as características dos países especializados na exploração de seus recursos naturais e produtores de commodities energéticas, alimentares e minerais.
Portanto, a competitividade de uma região, de modo estrito senso é decorrência da qualidade de fatores tais como, tamanho do mercado consumidor, grau de inovação tecnológica do núcleo industrial, infraestrutura logística, ambiental e social, capacitação da força de trabalho, tributação e qualidade da burocracia estatal.
Cada território oferece à sua população suporte físico e referências culturais, sociais e políticas. Por outro lado, a competitividade designa a capacidade de enfrentamento com êxito da concorrência na economia capitalista, como decorrência de certa divisão internacional do trabalho. É inapropriado considerar o território e as empresas, como instituições de uma mesma natureza. Ao contrário de uma corporação, o objetivo maior de um território não é o lucro, mas sim prover uma adequada sociabilidade para seus habitantes. Esta é uma questão-chave a ser levada em consideração pelos dirigentes municipais do executivo e do legislativo, que vão tomar posse em janeiro próximo.
Dotar nossos municípios de uma adequada infraestrutura econômica, social e ambiental, bem como planejar políticas de uso do solo e logística de transportes adequados revelam-se prioridade máxima. Não menos importante é permitir aos jovens galgar uma maior escolaridade e capacitação, como forma de encarar o mercado de trabalho, em condições de gerar mais produtividade, renda e bem estar.
Neste quadro, a prosperidade individual, oriunda de fatores tais como: habilidade, rede de relacionamento, educação, saúde, talento, curiosidade científica e ambição floresce.
Ranulfo Vidigal – economista, mestre e doutorando em políticas públicas, estratégias e desenvolvimento pelo Instituto de Economia da UFRJ
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