O ÍNDICE DAS CIDADES
Análise do economista Ranulfo Vidigal
As melhores cidades do mundo são aquelas dotadas de indicadores de prosperidade sólidos e, assim sendo, apresentam boa governança de suas políticas públicas, asseguram meio ambiente adequadamente preservado com água limpa, ar despoluído e espaços públicos agradáveis, revelando ainda uma população com expectativa de vida alta, educação de qualidade com escolaridade crescente e infraestrutura de mobilidade urbana eficiente.
As melhores cidades do mundo são aquelas dotadas de indicadores de prosperidade sólidos e, assim sendo, apresentam boa governança de suas políticas públicas, asseguram meio ambiente adequadamente preservado com água limpa, ar despoluído e espaços públicos agradáveis, revelando ainda uma população com expectativa de vida alta, educação de qualidade com escolaridade crescente e infraestrutura de mobilidade urbana eficiente.
Os habitantes de uma cidade com qualidade
de vida nunca abrem mão de suas necessidades de comunicação, conexão,
saneamento e logística. A boa teoria social nos ensina que todos os bens
sociais e naturais primários deveriam ser igualmente distribuídos à sociedade.
Estes bens são relacionados ao rendimento, riqueza, oportunidades, poderes,
direitos, liberdades, bem como à saúde plena, inteligência, vigor, imaginação e
talentos naturais. Em uma economia de mercado dinâmica, somente a presença de
um poder público instrumentalizado e fiscalizado adequadamente pela sociedade
pode garantir “regras do jogo” que permitam uma oferta de oportunidades
produtivas, para o conjunto de cidadãos das economias modernas.
O desenvolvimento de uma região, cidade ou
nação geralmente traz um processo de urbanização crescente, não sendo por si só
um problema, na medida em que cria um mercado consumidor em expansão, o que
permite gerar um crescente excedente de recursos que devem ser direcionados
para fornecer qualidade de vida e produtividade sistêmica. Em outras palavras,
eu quero afirmar que o processo de expansão das atividades produtivas, de
qualquer território, requer empregos produtivos bem remunerados, renda
adequadamente distribuída e oferta eficiente de equipamentos sociais, como
hospitais, creches, escolas e universidades.
Um quadro de excessiva desigualdade de
renda e oportunidades reduz a qualidade de vida das cidades revelando-se uma
ameaça à estabilidade social. A ausência de mobilidade e ascensão social
prejudica a produtividade e capacidade da geração de inovações tecnológicas. O
quadro de degradação do tecido urbano vem sempre acompanhado de criminalidade
crescente, drogas, violência e medo. Diante do ambiente de desequilíbrio a
comunidade reage.
Uma cidade, região ou nação desenvolvida é
o resultado das escolhas de suas elites intelectuais, econômicas e dirigentes.
A visão moderna do desenvolvimento mostra que a geração de riqueza bem
distribuída cria uma sociedade mais equilibrada e inovadora.
Ranulfo Vidigal – economista, mestre e
doutorando em políticas públicas, estratégias e desenvolvimento pelo Instituto
de Economia da UFRJ.
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