Flutuação do emprego formal em São João da Barra em 2012




A percepção de que os eventos carnavalescos em São João da Barra incentivam o comércio local é incorreta. Os dados do MTE sobre a flutuação do emprego em 2012 comprovam que os substanciais gastos orçamentários não provocaram a criação de emprego no município. O gráfico acima apresenta o saldo de emprego gerado em 2012, acentuando os setores de indústria de transformação, construção civil e serviços, todos relacionados ao projeto do porto do Açu. A análise das ocupações com maiores saldos confirmam a tese. No setor industrial, predominam as ocupações de alimentador de linha de produção com salário médio de admissão de R$ 1.434,74 e assistente administrativo com salário médio de R$ 6.972,96. Na construção civil, sobressaem as ocupações de pedreiro, servente de obras e apontador de mão-de-obra, com salários médios de admissão de R$ 1.077,95; 855,15 e 1.326,22 sucessivamente.

Importante observar que essas ocupações são cíclicas, dependendo das diferentes fases das obras. Em 2011, as ocupações com maiores saldos foram: servente de obras, carpinteiro, pedreiro, contínuo e armador de estrutura de concreto armado, cujo saldo de emprego total gerado somou 1.075 vagas, contra 855 vagas em 2012. Ou seja, o emprego nesse ano declinou 20,47% em relação a 2011.

Teoricamente, os gastos públicos deveriam impulsionar o emprego no comércio, cujo resultado foi sofrível. No ano de 2012 o saldo foi negativo, representando a destruição de 29 empregos formais. O balanço anual neste ano indicou 315 admissões e 344 desligamentos no setor. 
O intrigante é que os gastos públicos não geram emprego internamente, enquanto o porto do Açu gera emprego para profissionais de fora, por conta da exigência de qualificação, cuja renda não é internalizada pelo município.

Comentários

  1. O carnaval realmente não aumenta a oferta de empregos em São João da Barra. O que ocorre é que os vendedores ambulantes que já exercem suas atividades com frequência nas praias da região, impulsionados pelo verão, vêem no carnaval apenas mais uma oportunidade de aumentarem suas próprias vendas. Porém, o perfil do quadro de serviços não se altera, não há criação formal de novas fontes e postos de trabalho. Portanto, o comércio local não sofre alteração por longo prazo.

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  2. É verdade e uma boa parte do ambulantes levam a renda local para outras regiões. Não se planeja uma economia em função de ambulantes, ao contrário, o município precisa pensar estratégias para formalizar a economia.

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