A visão do papa Francisco como contribuição a uma vida cidadã
A visão humanitária e orientadora dos
discursos do papa Francisco no Brasil, deve ser considerada como instrumento
permanente de reflexão da sociedade local, no processo de decisão sobre o uso
dos recursos públicos. Deve-se planejar a produção da riqueza a luz da melhor
distribuição possível, de forma que a população possa ter atendidas as suas
necessidades básicas. Neste caso, estamos falando do acesso ao trabalho, à
saúde, à educação, à moradia, ao lazer, etc. Esses elementos materializam
cidadania.
Contrariamente, a formação de riqueza em
caráter concentrador representa somente a sensação de um crescimento econômico,
sem os devidos benefícios para a coletividade. Nesses casos, parte substancial
da riqueza gerada na periferia foge para as regiões centrais. Não faltam
exemplos em todo o País, especialmente nas situações onde cidades pequenas
recebem grandes investimentos em infraestrutura de dimensão nacional.
Dessa forma, a concepção de que quanto maior
a riqueza melhor a condição da população em um dado local, parece não ser
verdadeira. Quando olhamos mais profundamente a situação socioeconômica dos
municípios produtores de petróleo, temos a comprovação de que um maior volume
monetário não se transforma automaticamente em bem estar social. Ainda,
conforme relato do papa, muitos indivíduos em diversas partes do mundo ainda
morrem por falta de atendimento médico, são privados da alimentação regular,
excluídos da escola e vivem em condições sub humanas.
Nesse contexto, as diferentes comunidades
precisam tomar para a si a responsabilidade de cobrar dos governantes uma
gestão pública que priorize o bem estar dos cidadãos. A acomodação e a
dependência dos indivíduos que permite a subordinação da sociedade ao poder
político, é uma situação perversa que aniquila qualquer possibilidade de
evolução socioeconômica.
O quadro, especialmente, no território fluminense,
é lastimável quanto a um papel mais ativo da sociedade. O tecido social
apresenta um esgarçamento que alimenta o individualismo, o egoísmo, a
corrupção, destrói a ética e inviabiliza toda e qualquer iniciativa voltada
para a implementação da ação coletiva. Pensar sobre esses aspectos é essencial!.
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