Lições da Derrocada do Grupo X: Que os gestores públicos aprendam!
O quadro de perplexidade sobre a trajetória das
empresas X, especificamente, a empresa de petróleo OGX, nos leva a refletir sobre
a prática do discurso recorrente durante o período de construção no Porto do
Açu, em São João da Barra. A comunicação se apresentava como importante
estratégia e os Governos Federal, Estadual e Municipal, juntamente com
organizações de representação empresarial a nível estadual, afinaram o mesmo
discurso. O porto inicialmente voltado para a exportação de minério, foi
promovido ao status de porto
indústria, com a garantia de instalação de unidades industriais nos setores
cimenteiro, automobilístico, siderúrgico, energia, petróleo, construção naval, pelotização,
etc. Enfim, um porto com a cara de Xangai e a promessa de um próspero
desenvolvimento regional.
Nesse período de seis anos de construção do
porto, viagens internacionais para a Itália, China e outros países, soaram como
experiências exploratórias uteis para o momento de transformação econômica do
município sede. Paralelamente, seções públicas eram organizadas para aprovação
dos diversos projetos na esfera ambiental, social e econômica, onde o governo
local incentivava uma grande presença, disponibilizando transporte e
alimentação para um grande grupo de pessoas que não tinha a menor ideia do que
estava acontecendo naquele momento.
A crise americana de 2008 exigiu uma
reorientação dos investimentos internacionais sem, portanto, causar grandes
danos. Porém as expectativas fora de propósito em relação a atividade de
petróleo do grupo, foram desastrosas. Esta atividade integrava o braço de
construção naval, e diferente da atividade portuária, teria de gerar caixa num
prazo mais curto em decorrência da venda de petróleo, tão alardeado pelo
empreendedor. Aí aprofundou a derrocada do processo, já que a produção de
petróleo nos poços em atividade foi uma decepção, levando prejuízos
substanciais aos acionistas e invibializando o braço de construção naval, que
passou a demitir fortemente a força de trabalho.
Com a desvalorização das ações da OGX próximo
a 90% do seu preço inicial e a quase desmobilização da unidade de construção
naval, fica a expectativa sobre o futuro do porto do Açu. Como o Brasil
apresenta gargalos importantes na questão portuária, os investimentos já
realizados poderão ser salvos e as atividades relacionadas a ideia do porto
indústria, poderão ser redirecionadas para a atividade petrolífera.
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