Investimentos bilionários e suas contradições
Dentre os diferentes indicadores econômicos
que são utilizados para análise do desenvolvimento local/regional, a taxa de
criação de novos negócios tem uma papel fundamental. Naturalmente, novas firmas
em funcionamento pressionam a demanda por mão de obra, aumenta a oferta de bens
e serviços, aumenta a arrecadação pública e, consequentemente, a renda
individual.
Os investimentos privados instalados na região
Norte Fluminense, especialmente, o porto do Açu em São João da Barra, trouxeram
uma grande expectativa sobre a criação de novas firmas, além de uma consistente
geração de emprego e transformação no comércio. Os estudos de impacto ambiental
do porto do Açu, dentre outras externalidades positivas, acentuam fortemente
esse cenário.
Aliás, conforme relatado na nossa análise
anterior, essas expectativas estão cada vez mais presentes nos discursos de
importantes lideranças da região, as quais costumam lançar mão de um discurso
político em detrimento de uma análise técnica.
Com o objetivo de auxiliar o entendimento
sobre a conjuntura local/regional, apresentamos no gráfico a evolução dos
números de estabelecimentos e empregados com carteira assinada, no fechamento
dos anos 2009; 2011 e 2013.
Os números preocupam e não são coerentes com
o quadro de investimento na região. Tenho pensado que a nossa economia tem a característica
de destruir fundamentos consolidados da teoria econômica.
Vejam que apesar de toda movimentação
financeira pública e privada na região, a taxa de geração de negócios em 2013
foi negativa de -1,12%, ou seja, em dezembro de 2013 o MTE contabilizou 26.972
empreendimentos na região, contra 27.277 empreendimentos em dezembro de 2011.
Já o número de empregados com carteira
assinada apresentou um aumento de 9,66% nesse período, aumento que poderíamos
afirmar insuficiente para a atual conjuntura. Esse pequeno incremento ainda se
concentra em Macaé e São João da Barra, mostrando uma outra debilidade
regional.
Conclusivamente, os dados apresentadas fortalecem
a tese sobre a incapacidade dos grandes investimento exógenos de transformar
regiões fragilizadas economicamente ou de baixo crescimento, sendo necessárias
outras estratégias.
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