FOLHA DE SÃO PAULO
"Economist" chama
autor mais comentado do ano de "novo Marx"
DE SÃO PAULO
02/05/2014 21h00
O
economista francês Thomas Piketty, um professor da Escola de Economia de Paris
até recentemente pouco conhecido, é maior que Marx.
A
afirmação serve de ironia no título da reportagem da nova edição da revista
"Economist", que aponta que a obra "Capital in the Twenty-First
Century", uma reflexão sobre a desigualdade, tornou-se o livro mais
vendido da Amazon.com.
A
obra de Piketty, uma análise das preocupações econômicas prioritárias da
atualidade, tem muitos méritos, segundo a publicação.
"Abastece
o leitor de uma explicação simples para o crescimento da desigualdade",
prossegue a revista, relembrando o argumento do autor de que a riqueza
geralmente avança mais rápido que a economia e que são raras as forças que
neutralizam sua tendência natural de se concentrar. As grandes riquezas atraem
grandes oportunidades de investimento.
A
"Economist", entretanto, menciona também as muitas críticas apontadas
à obra do francês, começando pelo ataque ao título, uma alusão sem modéstia a
Marx.
A
taxação da riqueza proposta por Piketty é criticada como politicamente inviável
e mais motivada por ideologia do que pensamento econômico, lembra a revista.
Para
um de seus defensores, Paul Krugman, Piketty e colegas como Anthony Atkinson,
de Oxford, e Emmanuel Saez, de Berkeley, são responsáveis pelo desenvolvimento
de técnicas estatísticas que tornam possível rastrear a concentração de renda e
de riqueza no passado distante, até o começo do século 20, no Reino Unido e nos
EUA, e até o final do século 18 na França.
"Chamo a atenção para o parágrafo em negrito, o que fortalece a nossa discussão em relação a riqueza gerada na região Norte Fluminense. Tem origem exógena (de fora para dentro), ou seja, grandes investimentos de interesse nacional e internacional, baseados na exploração de recursos naturais, os quais apresentam características de não conformidade com as práticas e cultura local. Este fato leva a alta concentração da riqueza construída, sem que a sociedade local / regional tenha chance de adaptação, tendo em vista a velocidade do evento, que aprofunda a desigualdade social".
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