Refletindo sobre progresso social: o caso da região Norte Fluminense
Muito tenho ouvido falar de
modernização, fundamentalmente, em função dos grandes investimentos nos setores
de petróleo e infraestrutura portuária
na região Norte Fluminense. No âmbito dos municípios, as justificativas
para o termo modernização passam essencialmente
pelo aumento da população urbana e número de veículos automotores em
circulação. Predominam os discursos políticos, onde governos e organizações de
interesse disseminam uma visão otimista e sem qualquer base técnica/científica.
A desinformação tem sido uma prática que é perversa para o futuro da sociedade
regional.
Como contribuição para um
melhor entendimento sobre o que realmente quer dizer progresso / modernização de uma sociedade, vamos recorrer ao pai da
economia Adam Smith, nascido na
Escócia e que viveu no período de 1723 a 1790.
Em sua reflexão sobre o
processo de invenção de máquinas para facilitar e abreviar o trabalho no âmbito
da divisão do trabalho, ficou acentuada a importância dos trabalhadores que operavam
as atividades e dos filósofos ou pesquisadores. Dessa forma, deduzia o
economista....... "com o progresso
da sociedade, a filosofia ou pesquisa torna-se, como qualquer ofício, a
ocupação principal ou exclusiva de uma categoria especifica de pessoas".
Já em períodos mais
recentes, o economista Celso Furtado, refletindo sobre a formação da teoria do
subdesenvolvimento, destacou que a modernização da sociedade através da
importação de bens de consumo sem a correspondente diversificação dos aparelho
produtivo seria o ponto central da dependência tecnológica.
Vejam que enquanto Adam Smith associa o progresso da
sociedade à pesquisa, que se transforma na ocupação principal, como um oficio qualquer; Celso Furtado vê a modernização da sociedade, caracterizada pela
importação de bens de consumo, como uma situação de dependência tecnológica,
condição alimentadora do subdesenvolvimento.
Acredito que a modernidade,
tão propalada na região identificada, pode ser bem analisado segundo os
ensinamentos dessas referências essenciais para o entendimento da ciência
econômica.
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