Soluções parciais para problemas estruturais
A trajetória recente da conjuntura
econômica brasileira comprova a debilidade das medidas econômicas de curto
prazo e, consequentemente, a essencialidade da visão sistêmica como pilar de orientação
das medidas de longo prazo. A preocupação do governo com os reflexos da crise
americana de 2008 no emprego, o levou a incentivar a demanda interna, via
facilitação de crédito, alargamento dos prazos de financiamento e desoneração
de impostos, fundamentalmente.
Evidente que dado a natureza
de curto prazo, essas medidas causariam uma sensação de proteção a sociedade e,
ao mesmo tempo, agiriam positivamente na popularidade do governo. Entretanto,
esse quadro de aparente tranquilidade econômica não poderia se sustentar por
muito tempo. A pressão da demanda induzida por meios artificiais alimentou a
inflação e levou o governo a lançar mão de instrumentos contraditórios às
medidas expansionistas anteriores. Com isso, cresceu o juro e o grau de
exigibilidade para o financiamento. As consequências não poderiam ser outras senão
o endividamento das famílias e a redução da capacidade de consumo, com reflexos
na formação de estoques involuntários, queda no nível de investimento e,
consequentemente, desaceleração da taxa de crescimento econômico.
O momento atual é de crise!
Ano eleitoral, confiança dos empresários abalada, foco dos governantes na
política partidária e de novo o interesse nas soluções de curto prazo, para não
criar dificuldades no pleito. Só que as soluções para os problemas econômicos
dependem de uma visão sistêmica e um programa de ações de longo prazo. O ponto
fundamental é a indução ao deslocamento positivo da curva de oferta agregada a
partir da inovação tecnológica. Ao contrário da visão tradicional, o crescimento
da demanda depende do crescimento da oferta, a qual impulsiona o emprego e
renda das famílias, sustentando o investimento e a produção agregada. A decisão
por soluções de longo prazo exige comprometimento!
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