Lições do improvável
JORNAL ESTADO DE SÃO PAULO Precisamos aprender muito! Apesar de seus defeitos, Cingapura é raro exemplo de harmonia social. Pensando na resistente divisão racial dos EUA, fiquei intrigado com algumas lições de uma fonte improvável: Cingapura. Preparando-me para uma viagem até lá na semana passada, como convidado da Universidade Nacional de Cingapura, perguntei ao vice-premiê, Tharman Shanmugaratnam, o que ele considerava o maior sucesso do país. Imaginei que fosse falar de economia, já que o PIB per capita da cidade-Estado hoje excede os de EUA, Japão e Hong Kong. Mas ele falou de harmonia social. “Éramos uma nação improvável”, disse Shanmugaratnam. A ilha coberta de pântanos, expulsa da Malásia em 1965, tinha uma população poliglota de migrantes com inúmeras religiões, culturas e crenças. “O interessante e único em Cingapura, mais do que a economia, são nossas estratégias sociais. Nós respeitamos as diferenças das pessoas, mas moldamos uma nação e tiramos proveito da