Um modelo para fomentar projetos estruturantes no setor agropecuário
Publicado no jornal O Diário no domingo 30/8, o artigo abaixo apresenta um modelo operativo para fomentar projetos estruturantes como base para o desenvolvimento do setor agropecuário na Região Norte Fluminense.
Expectativas de Projetos Estruturantes e Papel do Fundecam no Desenvolvimento da Agropecuária Regional
Considerando o contexto próprio do setor agropecuário na região, onde predominam: pequenas propriedades, ausência do perfil empreendedor, individualismo, carência de informação, dependência do intermediário, baixa produtividade, práticas arcaicas de trabalho, deficiência de capital, dentre outros problemas, é necessário formular estratégias bem fundamentadas e orientadas para o seu desenvolvimento.
Neste caso, o poder público é essencial e o Fundecam pode exercer um papel importante na indução à elaboração de projetos estruturantes. Esses projetos dificilmente surgem espontaneamente nesse tipo de ambiente, em função de sua natureza. Individualmente, as unidades produtivas não são competitivas e não viabilizam os seus projetos, enquanto a alternativa do associativismo se torna improvável por questões culturais. Constata-se, dessa maneira, certa deterioração do tecido social, o que alimenta o individualismo. O nosso entendimento é de que a região vive uma crise de confiança.
Assim, é necessário pensar global e agir local e setorialmente. Um primeiro passo é identificar um ponto de partida para o processo de intervenção. Por mais que possamos contar com diagnósticos robustos, estes são resultados do conhecimento formal dos pesquisadores que decidem sobre as perguntas mais pertinentes em seus questionários, os quais não ter o poder de envolver os verdadeiros interessados no processo. Isso levanta dois questionamentos: (i) realmente conhecemos os problemas em questão? (ii) os produtores têm se engajado nos projetos resultantes dos diagnósticos elaborados?
A nossa visão é de que pactuada uma unidade de investigação, deve-se lançar mão do método da pesquisa-ação para identificar os problemas reais e as suas potenciais alternativas de solução, para orientar a intervenção através de políticas públicas. O método proposto, em função do envolvimento do pesquisador e do interessado, no caso o produtor, produz novos conhecimentos pela interação do conhecimento formal com o conhecimento informal, além de atuar no processo de conscientização desses elementos, facilitando a formação de um senso de pertencimento que garante a necessária contra-partida na evolução do projeto. O produtor tem que ser parte integrante de qualquer programa de desenvolvimento agropecuário.
Continuando o processo, deve-se estabelecer um núcleo de governança técnica para coordenar as ações de pesquisa e formatar as estratégias de intervenção, devidamente compartilhada com os produtores interessados. Elementos como: a implantação de unidades para demonstração, garantia de apoio técnico das entidades de pesquisa e extensão, implementação de estratégias de organização produtiva em redes horizontais de pequenas unidades produtivas, integração da produção pelo espaço e visão das atividades no contexto do agronegócio, são obrigatórios para o surgimento dos projetos estruturantes e garantia de um bom processo de gestão.
O passo seguinte diz respeito à sistematização e transferência de tecnologias, de maneira a incorporar um processo contínuo de inovação aos projetos em andamento e nos novos, decorrentes dos projetos estruturantes. Esse processo, no contexto agregado, poderá contribuir para os seguintes pontos:
Ø Fortalecimento do planejamento e da gestão participativa setorial, buscando uma ação integrada dos programas institucionais e setoriais a partir da elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento do setor;
Ø Apoio a instrumentalização em técnicas e conhecimentos específicos nas diversas atividades das organizações, como: produção, comercialização, elaboração de propostas de crédito, gerenciamento, controles, informatização, etc.
Ø Atuação no processo de consolidação dos projetos, assim como a integração interempresarial, o estabelecimento de alianças estratégicas e a formação de complexos econômicos locais, através de oficinas, jornadas, cursos, seminários, encontros e treinamentos que facilitem a consecução desses escopos.
Nesta fase o tempo é indeterminado, já que o processo competitivo exige a reprodução quantitativa e qualitativa dos fatores de produção de maneira que o desenvolvimento se verifique de forma auto-sustentável.
A presente contribuição, enquanto proposta de organização produtiva, alimenta a expectativa quanto aos seguintes resultados:
Ø Contribuição na substituição das práticas antigas por práticas modernas no trato da questão da produção, administração e comercialização, etc.
Ø Contribuição para criação de um ambiente microeconômico propício para a inovação regional.
Ø Contribuição para o efetivo crescimento econômico com inclusão de pequenas unidades produtivas e, respectivamente, mão-de-obra.
Ø Contribuição para o processo de bem estar social da região.
Neste caso, o poder público é essencial e o Fundecam pode exercer um papel importante na indução à elaboração de projetos estruturantes. Esses projetos dificilmente surgem espontaneamente nesse tipo de ambiente, em função de sua natureza. Individualmente, as unidades produtivas não são competitivas e não viabilizam os seus projetos, enquanto a alternativa do associativismo se torna improvável por questões culturais. Constata-se, dessa maneira, certa deterioração do tecido social, o que alimenta o individualismo. O nosso entendimento é de que a região vive uma crise de confiança.
Assim, é necessário pensar global e agir local e setorialmente. Um primeiro passo é identificar um ponto de partida para o processo de intervenção. Por mais que possamos contar com diagnósticos robustos, estes são resultados do conhecimento formal dos pesquisadores que decidem sobre as perguntas mais pertinentes em seus questionários, os quais não ter o poder de envolver os verdadeiros interessados no processo. Isso levanta dois questionamentos: (i) realmente conhecemos os problemas em questão? (ii) os produtores têm se engajado nos projetos resultantes dos diagnósticos elaborados?
A nossa visão é de que pactuada uma unidade de investigação, deve-se lançar mão do método da pesquisa-ação para identificar os problemas reais e as suas potenciais alternativas de solução, para orientar a intervenção através de políticas públicas. O método proposto, em função do envolvimento do pesquisador e do interessado, no caso o produtor, produz novos conhecimentos pela interação do conhecimento formal com o conhecimento informal, além de atuar no processo de conscientização desses elementos, facilitando a formação de um senso de pertencimento que garante a necessária contra-partida na evolução do projeto. O produtor tem que ser parte integrante de qualquer programa de desenvolvimento agropecuário.
Continuando o processo, deve-se estabelecer um núcleo de governança técnica para coordenar as ações de pesquisa e formatar as estratégias de intervenção, devidamente compartilhada com os produtores interessados. Elementos como: a implantação de unidades para demonstração, garantia de apoio técnico das entidades de pesquisa e extensão, implementação de estratégias de organização produtiva em redes horizontais de pequenas unidades produtivas, integração da produção pelo espaço e visão das atividades no contexto do agronegócio, são obrigatórios para o surgimento dos projetos estruturantes e garantia de um bom processo de gestão.
O passo seguinte diz respeito à sistematização e transferência de tecnologias, de maneira a incorporar um processo contínuo de inovação aos projetos em andamento e nos novos, decorrentes dos projetos estruturantes. Esse processo, no contexto agregado, poderá contribuir para os seguintes pontos:
Ø Fortalecimento do planejamento e da gestão participativa setorial, buscando uma ação integrada dos programas institucionais e setoriais a partir da elaboração de um plano estratégico para o desenvolvimento do setor;
Ø Apoio a instrumentalização em técnicas e conhecimentos específicos nas diversas atividades das organizações, como: produção, comercialização, elaboração de propostas de crédito, gerenciamento, controles, informatização, etc.
Ø Atuação no processo de consolidação dos projetos, assim como a integração interempresarial, o estabelecimento de alianças estratégicas e a formação de complexos econômicos locais, através de oficinas, jornadas, cursos, seminários, encontros e treinamentos que facilitem a consecução desses escopos.
Nesta fase o tempo é indeterminado, já que o processo competitivo exige a reprodução quantitativa e qualitativa dos fatores de produção de maneira que o desenvolvimento se verifique de forma auto-sustentável.
A presente contribuição, enquanto proposta de organização produtiva, alimenta a expectativa quanto aos seguintes resultados:
Ø Contribuição na substituição das práticas antigas por práticas modernas no trato da questão da produção, administração e comercialização, etc.
Ø Contribuição para criação de um ambiente microeconômico propício para a inovação regional.
Ø Contribuição para o efetivo crescimento econômico com inclusão de pequenas unidades produtivas e, respectivamente, mão-de-obra.
Ø Contribuição para o processo de bem estar social da região.
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