Contribuições à discussão sobre a atividade agrícola
O município de São João da Barra vem desenvolvendo esforços no sentido de formalizar a atividade agrícola e, recentemente, tem focado na cultura do abacaxi. Quero reafirmar que todo esforço é válido, porém otimizar o gasto de energia é essencial. Digo isso porque me parece que as iniciativas propostas são as mesmas repetidas ao longo do tempo, sem que os resultados esperados tenham ocorridos efetivamente. Uma primeira contribuição à discussão é em direção a organização presente da produção e a sua correspondente escala. Insisto que os gestores precisam entender que o principal problema da agricultura local está na gestão da produção. Apesar da importancia do trato cultural da tecnologia e dos recuros financeiros, eles são insuficientes para resolver os gargalos observados. A segunda contribuição vai em direção à idéia de que cooperativas podem ser estabelecidas de cima pra baixo (por decreto). Na verdade a ação coletiva é essencial para o sistema, entretanto a sua efetivação depende de confiança, elemento muito distante por essas bandas. Para resolver tal dificuldade é preciso identificar muito bem a metodologia de ação, fato que reafirmo ser um trabalho de alto conhecimento. Estamos falando que antes da produção é necesário construir as bases para que o processo econômico possa evoluir.
Para completar a discussão é importante observar a trajetória desta atividade. O gráfico a seguir apresenta os percentuais de evolução no período de 2008/2004.
Conforme podemos verificar, São João da Barra apresenta um crescimento percentual da área colhida em hectare de 35,1% em 2008 com base em 2004, entretanto a produtividade, considerando o crescimento percentual da produção em mil frutos, apresenta um crescimento de 4,5% no mesmo período.
Neste caso, pode-se afirmar que houve uma queda de produtividade em torno de 22% no mesmo período. Em relação ao valor da produção, em função da recuperação dos preços, o município se beneficiou com um crescimento de 66,3%.
Verificando outros indicadores, podemos observar que o município utiliza em torno de 200 hectares para o plantio da cultura, o que representa somente 6,7% de toda área plantada no Estado do Rio de Janeiro.
São Francisco do Itabapoana é o maior produtor com uma área colhida em torno de 2.500 hectares. Neste caso, é importante usar o conceito de território e integrar Campos e São Francisco do Itabapoana na discussão sobre um programa de cultivo integrado do abacaxi, cuja base norteadora se dará pela inserção de novas tecnologias e estratégias potencializadoras de apregação de valor, oriunda da organização da produção.
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