O necessário olhar local do desenvolvimento socioeconômico
O olhar para os espaços socioeconômicos locais reforça a tese de que a análise conjuntural de cunho macroeconômico é insuficiente para o entendimento pleno das questões relativas à formação do produto, geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico. A política macroeconômica precisa ser complementada com ações locais até porque, além das diferenças estruturais, institucionalmente, esses espaços são autônomos e apresentam um conjunto de recursos tangíveis e intangíveis de natureza diversa.
Nesse contexto, a percepção sobre a grande importância do governo no processo de dinamização da economia, especialmente nos países da América Latina, parece ser um forte paradigma. Ai sim observa-se a cristalização de um grande problema, ou seja, a baixa preocupação com questões de ordem técnica, especialmente no processo de gestão envolvendo as menores unidades institucionais como, no caso brasileiro, os municípios.
Vejo na organização democrática, em seu estagio de amadurecimento, a motivação para tais gargalos. Decisões estritamente técnicas são dependentes da vontade de grupos de interesses, quase sempre com baixo grau de conhecimento técnico-científico, que atuam segundo a orientação partidária em detrimento do bem estar comum. Os reflexos dessas ações implicam em substanciais gastos de baixa qualidade que não refletem em resultados fundamentais para a sociedade.
Seguindo tal raciocínio podemos verificar contradições conceituais importantes, como a relacionada à correlação entre investimento e emprego. Se na teoria essa relação é verdadeira, podemos identificar a sua falha quando analisamos algumas conjunturas locais especificas, como no caso dos municípios produtores de petróleo na Região Norte Fluminense. Tal fato ratifica a natureza qualitativa dos gastos e a ausência de conhecimento técnico no planejamento econômico.
Uma outra contradição diz respeito à relação envolvendo um alto Produto Interno Bruto (PIB) e seus reflexos na formação de riqueza real no município. Os mesmos municípios produtores de petróleo da região que concentra 85% do petróleo nacional, apesar do robusto orçamento, apresentam sinais contundentes de pobreza com uma renda média salarial baixa, baixo padrão educacional, desemprego e baixa competitividade das atividades econômicas de base.
Essas questões paradoxais dirigem a reflexão para a base organizacional das relações sociais em cada espaço. Na verdade o que vai ditar a absorção dos bons fundamentos essências para o desenvolvimento local e cristalizá-los no “DNA”, próprio para a evolução socioeconômica, é o capital social existente em cada local, podendo ter sido desenvolvido na trajetória de sua história ou mesmo, construído por indução a partir do alto conhecimento existente e aceito localmente.
Se essas idéias são verdadeiras, os esforços implementados por governos, no sentido de disponibilizar recursos financeiros, ou mesmo tecnológicos, para investimentos nas diferentes atividades econômicas podem não gerar os resultados esperados, já que o “DNA” local não foi devidamente mapeado e, portanto, o nível de conhecimento é insuficiente para gerar decisões essenciais. Tal fato associado à negação do conhecimento técnico fora do contexto político partidário representa o grande gargalo do desenvolvimento local.
Nesse contexto, a percepção sobre a grande importância do governo no processo de dinamização da economia, especialmente nos países da América Latina, parece ser um forte paradigma. Ai sim observa-se a cristalização de um grande problema, ou seja, a baixa preocupação com questões de ordem técnica, especialmente no processo de gestão envolvendo as menores unidades institucionais como, no caso brasileiro, os municípios.
Vejo na organização democrática, em seu estagio de amadurecimento, a motivação para tais gargalos. Decisões estritamente técnicas são dependentes da vontade de grupos de interesses, quase sempre com baixo grau de conhecimento técnico-científico, que atuam segundo a orientação partidária em detrimento do bem estar comum. Os reflexos dessas ações implicam em substanciais gastos de baixa qualidade que não refletem em resultados fundamentais para a sociedade.
Seguindo tal raciocínio podemos verificar contradições conceituais importantes, como a relacionada à correlação entre investimento e emprego. Se na teoria essa relação é verdadeira, podemos identificar a sua falha quando analisamos algumas conjunturas locais especificas, como no caso dos municípios produtores de petróleo na Região Norte Fluminense. Tal fato ratifica a natureza qualitativa dos gastos e a ausência de conhecimento técnico no planejamento econômico.
Uma outra contradição diz respeito à relação envolvendo um alto Produto Interno Bruto (PIB) e seus reflexos na formação de riqueza real no município. Os mesmos municípios produtores de petróleo da região que concentra 85% do petróleo nacional, apesar do robusto orçamento, apresentam sinais contundentes de pobreza com uma renda média salarial baixa, baixo padrão educacional, desemprego e baixa competitividade das atividades econômicas de base.
Essas questões paradoxais dirigem a reflexão para a base organizacional das relações sociais em cada espaço. Na verdade o que vai ditar a absorção dos bons fundamentos essências para o desenvolvimento local e cristalizá-los no “DNA”, próprio para a evolução socioeconômica, é o capital social existente em cada local, podendo ter sido desenvolvido na trajetória de sua história ou mesmo, construído por indução a partir do alto conhecimento existente e aceito localmente.
Se essas idéias são verdadeiras, os esforços implementados por governos, no sentido de disponibilizar recursos financeiros, ou mesmo tecnológicos, para investimentos nas diferentes atividades econômicas podem não gerar os resultados esperados, já que o “DNA” local não foi devidamente mapeado e, portanto, o nível de conhecimento é insuficiente para gerar decisões essenciais. Tal fato associado à negação do conhecimento técnico fora do contexto político partidário representa o grande gargalo do desenvolvimento local.
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