O momento é de organização da sociedade civil: com ordem, conhecimento, planejamento e estratégia
O presente processo de mudanças na geografia, na economia e nas relações sócio-culturais da Região Norte Fluminense, em função dos investimentos do Complexo Portuário do Açu, Barra do Furado, além dos novos projetos na atividade petrolífera, exige uma reflexão sobre, pelo menos dois pontos fundamentais. O primeiro diz respeito à necessária organização da sociedade civil e o segundo ponto, diz respeito ao comprometimento das instituições do conhecimento na disseminação de informações credibilizadas e qualitativamente relevantes para a construção de ações de cunho coletivo em benefício da sociedade regional.
Quanto ao processo de organização da sociedade civil, é importante acentuar a presença de movimentos relevantes em Campos dos Goytacazes e São João da Barra. O Movimento Nossa Campos e seus desdobramentos em busca de facilitar a dinâmica do debate em fórum democrático, conta com a interação entre entidades representativas do trabalho e pesquisadores ligados a instituições acadêmicas. Por outro lado, no mesmo município é criado pelo executivo local, o Conselho Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Comudes), cujo objetivo é estimular a interação entre a sociedade e poder público na formulação de políticas públicas.
Em São João da Barra, o Movimento Nossa São João da Barra busca incentivar uma maior participação da sociedade civil e, naturalmente, disseminar informações de qualidade como estratégia para elevar o nível do debate e, sobretudo, contribuir para que a sociedade ocupe uma um espaço mais representativo no jogo de forças inerente a democracia.
Neste caso o município precisa avançar mais rapidamente, pois apresenta obstáculos importantes. Um exemplo que pode muito bem referendar a necessidade do fortalecimento da sociedade civil sanjoanense, pode ser avaliado em função da visita dos técnicos da Secretaria Estadual de Transporte para informar sobre os aspectos técnicos do projeto do corredor logístico. Na ocasião, ficou clara a inflexibilidade da linha férrea e, portanto, a imutabilidade do traçado. Recentemente, a prefeita de Campos esteve com o empreendedor principal e a rigidez anterior foi desfeita.
Quer dizer, a postura critica é essencial e não tem nada a ver com uma posição contrária aos projetos. Todos nós queremos os investimentos, entretanto com a garantia de inserção da população local. Sabemos que um movimento dessa magnitude traz impactos positivos e negativos e, portanto, precisamos garantir que as externalidades possam ser internalizadas localmente.
Reafirmo que no caso de São João da Barra, pelo fato de sediar os investimentos do porto, a sociedade civil precisa agir mais rapidamente e buscar uma maior participação através do movimento organizado. Muito me preocupa o individualismo e o comportamento rigidamente de defesa de interesses próprios, além das intervenções sem base de conhecimento que chegam à raia da inconveniência e denigre a imagem do cidadão inteligente desta terra.
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