O Futuro da Região
Análise do economista Ranulfo Vidigal
Nossa região, com
quase hum milhão de habitantes tem em Campos o principal pólo de serviços,
enquanto Macaé oferece a estrutura de apoio industrial e de serviços para a
produção de petróleo. Já São João da Barra projeta-se como o futuro pólo
logístico e portuário voltado à exportação de minério e apoio às plataformas de
petróleo em alto mar.
A literatura nos
mostra que, os fatores cruciais para incentivar o “animal spirits” do
empresariado são regras do jogo estáveis, mão de obra qualificada e de alta
produtividade, além de infraestrutura econômica de energia, transportes e
comunicações adequadas e disponibilidade de um setor criativo voltado à geração
de tecnologias e inovações.
O norte fluminense
não pode ficar alheio aos movimentos recentes da economia mundial e seu
processo de realinhamento, bem como aos avanços da tecnologia, ou à
globalização dos mercados, além das mudanças demográficas com o envelhecimento
relativo da população economicamente ativa e, finalmente, às mudanças nas
exigências e necessidades dos consumidores, com o surgimento da chamada “nova
classe média”.
Na questão
específica do mercado de trabalho, pesquisa realizada pela Oxford University
aponta que as habilidades requeridas nos próximos anos estarão relacionadas às
competências digitais, ou a capacidade para trabalhar de forma virtual eà
habilidade de usar as mídias sociais. Em paralelo ganha relevância a capacidade
de construir redes de relacionamento, senso de equipe e colaboração,
pensamento inovativo, capaz de lidar com alta
complexidade.
A saída da atual
crise vai se dar com o surgimento de novas
tecnologia e maior cuidado com os recursos finitos da natureza. Os
produtos, portanto, terão menor proporção de carbono e maior proporção de
inteligência virtual.
O crescimento da
renda e da população em nossa região vai acarretar uma maior exigência de
transportes públicos, saneamento básico, ensino de qualidade, oferta de saúde
com maior grau de resolutividade e maior consumo de cultura, esportes lazer e
entretenimento.
Para um melhor
aproveitamento destas externalidades positivas torna-se crucial a elaboração de
um planejamento macro-regional, que divida as tarefas e recursos entre os
diversos entes públicos, de modo a evitar a superposição de ações e,
paralelamente, permita o surgimento de parcerias em prol do desenvolvimento
equilibrado dos municípios do Norte fluminense.
Preparar a
estrutura produtiva, para a fase onde a indenização do petróleo deixe de ser
farta é o grande desafio das lideranças políticas, comunitárias e empresariais
de nossa região.
Ranulfo Vidigal –
economista, mestre e doutorando em políticas públicas estratégias e
desenvolvimento pelo Instituto de Economia da UFRJ.
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