O novo tratado
Avaliação do economista Ranulfo Vidigal
Nas nossas cidades cresce, de forma
exponencial, o acesso ao ensino universitário. Enquanto nos países asiáticos
quarenta por cento da força de trabalho possui terceiro grau, aqui em nosso
país ainda temos um bom caminho a percorrer nesta direção. O capital humano
tende a valer tanto, ou mais, que o capital natural e o capital físico
(infraestrutura e máquinas). As habilidades mais demandas no futuro estarão
associadas à capacidade de interagir com as mídias sociais, com os negócios
digitais e com os sistemas corporativos relacionados à tecnologia da
informação. Cresce, portanto, a importância do capital intelectual e social.
Neste cenário estarão em evidência, os
talentos associados à construção de relacionamentos em rede, senso de equipe,
colaboração, bem como boa comunicação oral escrita e domínio perfeito de, pelo
menos, um idioma estrangeiro. A palavra de ordem é o valor crescente da
proximidade entre regiões, empresas e pessoas.
Outra importante tendência nos revela que a
maior presença das mídias digitais e o crescente nível de escolarização da
juventude reduzem, paulatinamente, o poder das redes abertas de televisão e dos
antigos jornalões na formação da agenda dos atores políticos, com fortes
implicações sobre a implementação e o acompanhamento das políticas públicas no
âmbito local, estadual e federal.
O global e o local se interligam neste
momento de ascensão de uma nova sensibilidade no campo cultural. Na nuvem da
internet estão disponíveis para o grande público, as grandes óperas de Giacomo
Puccini, o acesso on line aos museus, os grandes clássicos do futebol europeu,
o basquete da NBA e os novos lançamentos dos filmes de Hollywood.
Outra “novidade” é a redescoberta dos
centros das cidades de porte médio, como é o caso de Campos.
Local de encontros, do burburinho, da fofoca. Da integração inter-geracional e
da troca de informação e experiências entre as classes sociais.
Por fim, não podemos ignorar a crescente
importância nas cidades da ”inteligência ecológica”. Tal comportamento
baseia-se na ideia de que vivemos em um mundo interligado, com consumo
excessivo de uma matriz energética baseada no carbono e um planeta de recursos
renováveis finitos. As implicações das mudanças climáticas e as diferenças
bruscas de temperatura já nos mostram um pouco destes dilemas e suas
implicações no futuro próximo.
Ranulfo Vidigal – economista, mestre e doutorando em políticas públicas
estratégias e desenvolvimento pelo Instituto
de Economia da UFRJ.
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