Continua a derreter o patrimônio de Eike Batista
RAQUEL LANDIM
DE SÃO PAULO
06/08/2014 02h00
O empresário Eike Batista entregou mais
uma participação no que restou do seu império para o fundo árabe Mubadala em
uma tentativa de equacionar suas dívidas.
Conforme comunicados divulgados nos
últimos dois dias, Eike se comprometeu a transferir 10,4% da Prumo Logística
(antiga LLX) e 10,5% da MMX (mineração) para o Mubadala. Pelo preço das ações
no pregão desta terça-feira (5), as participações nas duas companhias valem
cerca de R$ 220 milhões.
O negócio, no entanto, ainda está
sujeito a "condições precedentes" não divulgadas e deve ocorrer até o
fim de setembro. Na Prumo, que administra o porto do Açu e hoje pertence aos
americanos da EIG, a participação do empresário vai cair de 20,9% para 10,5%.
Na MMX, sua fatia sai de 59,3% para 49%.
O Mubadala, fundo de desenvolvimento do
governo de Abu Dhabi, é um dos principais credores de Eike na holding EBX, mas
não se sabe exatamente qual é o valor dessa dívida hoje.
O empresário também deve cerca de US$ 1
bilhão para os bancos Itaú (US$ 700 milhões) e Bradesco (US$ 300 milhões), que
estão perto de fechar um acordo para rolar o pagamento desses débitos por
muitos anos.
Com essas operações, a empresa de
reestruturação Angra Partners tenta finalmente equacionar a situação financeira
do ex-bilionário.
DÍVIDA COM OS ÁRABES
Em abril de 2012, o Mubadala, fundo de
investimento do emirado de Abu Dhabi, "investiu" US$ 2 bilhões no
grupo EBX em troca de pequena participação acionária.
Mas os árabes estruturam o negócio de
uma maneira que puderam transformar o "investimento" em uma dívida,
que passaram a cobrar quando o império de Eike entrou em colapso.
O empresário chegou a quitar US$ 500
milhões dessa dívida em julho de 2013, mas ainda restava US$ 1,5 bilhão a ser
pago.
Em fevereiro, o Mubadala e a trading holandesa
Trafigura compraram o porto do Sudeste, um dos ativos mais valiosos de Eike,
que pertencia à mineradora MMX, por cerca de US$ 1 bilhão -US$ 400 milhões em
dinheiro e R$ 1,3 bilhão em dívidas.
O empresário, no entanto, nunca
divulgou quanto desse valor foi utilizado para abater sua dívida com o Mubadala
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