Democracia! Governo do Povo ou Exploração do Povo!
Nas caminhadas matinas em
minha cidade do interior, lá onde tem palmeiras e canta o sabiá, posso observar
o perfil e a dinâmica da tão falada democracia. Nesta cidade a oposição
destronou uma situação prolongada, sobrevivendo a dois mandatos e ainda
elegendo um candidato, do mesmo grupo, para um terceiro mandato. A troca de
batuta começa a alterar todo o processo. O poder muda comportamento e promessas
anteriores tendem a não ser cumpridas. Como era de se esperar o grupo coeso se
desmancha e as crises se multiplicam. A liderança que sai pretende continuar
exercendo o seu poder e o atual legislador precisa impor a sua marca. Está
instalado um grande problema na democracia desta terra querida!
A guerra está declarada e os
súditos precisam manter as benesses pessoais e de seus familiares. De que lado
ficar? Afinal novos pleitos ocorrerão e a decisão de apoio a qualquer dos lados
pode ser um risco para o futuro próximo.
A estratégias baseada na
falsidade entra em ação. Promessas de fidelidade ao governante e encontros as
escondidas com a outra liderança fora do poder, além das fofocas de esquinas e
nas redes sociais. Essas não perdoam, caracterizando provas incontestes de
traição que vão gerar exonerações generalizadas.
Agora sim, depois da perda
do cargo esses cidadãos declaram, abertamente, apoio a liderança que virou
opositor, por não poder exercer o seu poder no mandato alheio. A expectativa
então é que essa liderança tenha êxito no pleito legislativo para voltar dois
anos depois a ocupar o executivo, possibilitando uma condição favorável aos
oportunistas de plantão. Como pensam pequeno, pessoas que, teoricamente, tem
boa formação intelectual. A prioridade está claramente definida e não tem nada
a ver com ideal. Explorar a população é essencial para a maximização de
benefício pessoal.
Fico a pensar! Será que
alcançaremos algum dia um estágio democrático em sua essência? Quero dizer, onde as indivíduos,
especialmente, aqueles mais conscientes se doem em beneficio do coletivo? Onde
a consciência do indivíduo oriente o uso eficiente dos recursos públicos em
benefício dos mais necessitados? Onde se pense na formação adequada das
crianças, de maneira que se transformem em adultos mais qualificados e capazes
de construir famílias mais felizes?
Enfim, esses indivíduos que
praticam a democracia voltado para o seu próprio interesse precisam refletir
sobre o seu comportamento!
Professor, o que se percebe hoje não é muito diferente do que acontecia em outras épocas. É a tentativa de se manter no poder ou pelo menos ao seu derredor, de qualquer maneira. Necessário é mudar a mentalidade de todos que participamos deste processo político a cada dois anos, fiscalizando o cumprimento das promessas de época de eleição dos que ascendem ao poder e os que pretendem se eleger. Essencial também é a criação de novo modelo econômico onde haja a redução da presença do poder público - embora ache improvável acontecer pela questão da estabilidade principalmente quanto ao emprego público - incentivo à atração de grupos privados que façam movimentar a economia com a criação de diferentes postos de trabalho, melhoria da massa salarial, modificação de posição na pirâmide social e o consequente aumento da renda per capita. Na realidade isso somente é conseguido através de ensino de qualidade durante as várias etapas de formação de um indivíduo, coisas que muitos governantes não dão a devida atenção. Quem sabe por um desses milagres econômicos que de vez em quando acontecem se consiga chegar a esse estágio? Quanto a estes que vivem como “insetos em volta da lâmpada” bajulando os que estão no poder, estes são casos perdidos. Talvez só uma geração mais esclarecida consiga perceber o quanto isto é pernicioso na vida de um povo que ainda acha que se aliar a políticos, é fundamental para se obter vantagem e manter seu status junto à sociedade. Fujamos deles.
ResponderExcluirMuito bom Antonio. Colocações precisas sobre o quadro político atual. Grande abraço!
ResponderExcluirIsso aí, professor! Com o grande aumento dos orçamentos a luta pelo poder local ficou muito mais violenta, com forte deterioração da qualidade dos relacionamentos, da convivência entre os moradores.
ResponderExcluirMas, enquanto grupos locais brigam entre si, o dinheiro graúdo, a maior parte desse dinheiro, não fica aqui, passa por aqui, deixa esse inferno de falsidades aqui e vai embora!
E o seu blog admiravelmente tem destacado essa fuga de riqueza por diversas vezes .
Por exemplo, em http://economianortefluminense.blogspot.com.br/2014/06/operacoes-bancarias-em-marco-na-regiao.html e http://economianortefluminense.blogspot.com.br/2014/06/contradicoes-da-riqueza-petroleo-porto.html
Excelentes observações Vitor. Essa situação relatada por você traz implicações terríveis, já que o tal "Capital Social", elemento essencial para o desenvolvimento local, representa cooperação entre os indivíduos, reciprocidade, senso de pertencimento, interesse pela ação coletiva, enfim, um quadro social totalmente inverso do que observamos. Um grande abraço!
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