A origem das medidas tributárias do Governo Federal
Para um melhor entendimento sobre as medidas
econômicas de aumento tributário do Governo Federal (PIS, CONFINS, IR, CIDE,
IOF, combustível, energia, etc.), é
necessário lembrar a crise financeira americana de 2008 e seus reflexos na
economia europeia e latino americana. Em 2007, o país vivia a euforia dos
grandes investimentos e da robustez dos seus fundamentos econômicos.
Crescimento de 5,7%, inflação controlada de 4,5%, saldo da balança comercial de
US$40 bilhões, o que fez o presidente Lula desafiar a crise, propagandeando a
capacidade do país distribuir renda e tirar um grande contingente da pobreza.
Para Lula, a crise não passava de marolinhas sem capacidade para afetar o país.
Em 2008, o saldo da Balança Comercial desacelerou para R$24,7 bilhões e as
empresas começaram a sentir retração nos negócios externos, fato ameaçador da
forte geração de emprego no pais.
Com a proximidade da eleição presidencial de 2010 e a
necessidade de manter os problemas da economia brasileira distante da visão da
população, o governo passou a incentivar o consumo interno, justificando defesa
do emprego.
Assim, seguiu-se um amplo programa de incentivo ao
consumo das famílias com a redução das taxas de juros e ampliação do crédito e
prazos de financiamento. Setores industriais foram escolhidos e beneficiados
por um processo de redução tributária que somou R$32,0 bilhões somente na
desoneração do setor automobilístico.
Apesar do esforço, o emprego não reagiu no nível
esperado. Verificou-se uma forte retração no comércio exterior, os preços das commodities
caíram pela fraca capacidade econômica internacional. No mercado interno, subia
o endividamento das famílias com redução da capacidade de aquisição dos
consumidores, dando origem a formação de estoques. A proximidade da eleição
presidencial em 2014 gerou um discurso minimizatório dos problemas, onde as
medidas recém implementadas eram negadas e combatidas.
Conforme o contexto, o governo buscou o caminho mais
fácil e rápido que foi o da recomposição fiscal através do aumento de impostos.
A justificativa veio no mesmo tom, ou seja, defesa do emprego. Evidente que os
impactos atingirão fortemente a população em função da escalada inflacionária,
enquanto as empresas terão que assumir um custo mais elevado pelo aumento dos
impostos e insumos importantes da produção.
Agora é esperar para ver a reação do mercado, pois a saída está no aumento
do investimento privado para recomposição da oferta agregada, a qual depende do
nível de confiança dos empresários na economia.
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