Brasil e a pena de morte informal

Muitos se dizem consternados com a execução do brasileiro na Indonésia, país que adota a pena de morte para traficantes. Realmente a morte é uma situação de tristeza em qualquer situação, mas o respeito as leis de um país estrangeiro é inquestionável. Longe de concordar a morte do brasileiro, vejo que tal fato deve representar uma oportunidade de discussão sobre a impunidade do Brasil. Se na Indonésia está institucionalizada a pena de morte e a execução é planejada no âmbito do estado,  no Brasil a pena de morte está declarada na esfera da informalidade, onde opera um estado paralelo. Como reflexo, neste fim de semana duas crianças foram atingidas por bala perdida no Rio de Janeiro. A menina Larissa Carvalho de 4 anos, que morreu na tarde de sábado na zona oeste e o menino Asafe Willian Costa de 9 anos, na zona norte, que está em estado grave. O número de pessoas executadas diariamente no país é assombroso e sem qualquer explicação plausível das autoridades para a sociedade. A impunidade virou uma cultura arraigada em nossa sociedade, onde tudo é possível. Por exemplo, como pode presidiários construir puxadinhos na cadeia para vender a outros presos? E ainda, como se permite a promoção de festas com a liberação de mulheres, álcool e drogas, também nas cadeias? Mais chocante ainda, e a implementação de cirurgias desnecessárias no coração e outros órgãos, em troca de comissões milionárias? Também uma situação muito curriqueira no país, que é o roubo de recursos orçamentários da educação, saúde, etc., por políticos, sem que nenhuma penalização mais consistente chegue a eles. Quantas pessoas pobres e miseráveis são eliminadas por crimes que ficam impunes nesse país? 

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