Um retrato do setor agropecuário no munícipio de São João da Barra-RJ
Na semana da festa de exposição agropecuária em São João da Barra, é importante conhecer melhor a sua estrutura real. Tradicionalmente, os municípios que organizam este tipo de evento objetiva divulgar o setor, além de incentivar a concretização de negócios econômicos representativos. Será que São João da Barra tem esse perfil?
Os dados do IBGE mostram que na agricultura, o município reduziu a sua área colhida de 3.105 hectares em 2012 para 524 hectares em 2021, representando uma queda de 83,12% no período.
Na pecuária, a produção de 3.175 mil litros de leite em 2012 caiu para 2.923 mil litros em 2021. O número de cabeças de vacas ordenhadas subiu de 1.600 para 3.248 no mesmo período, porém ocorreu uma retração da produtividades de 1.984,37 litros vaca/ano para 899,94 litros vaca/ano no mesmo período.
Importante observar que esta é a menor produtividade leiteira da mesorregião Norte Fluminense. A maior produtividade foi registrada em São Francisco de Itabapoana com 1.589,54 litros vaca/ ano em 2021.
Além dos indicadores de produção setorial, indicadores como o da execução orçamentária de R$2.141.018,00 em 2022, no contexto de uma previsão de R$5.235.920,60 para o mesmo ano, parece comprovar a falta de importância do setor no município. Complementarmente, a previsão de gastos para 2023 foi R$5.232.194,00 com gastos liquidados de R$2.145.072,5 até agosto.
Podemos concluir, com base nestes dados, que o setor agropecuário no município não tem expressão e, o evento, só pode ser considerado com shows e outras atividades para o lazer sem a expectativa de negócios. Um exemplo típico do uso recursos públicos fora do conjunto de priorização fundamental. Aliás, estamos falando de uma cidade com grande carência de saneamento básico, água potável, moradia e infra estrutura social e econômica.
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