Matéria da SECOM / Campos sobre palestra do economista Ranulfo Vidigal


As tendências e demandas que podem ocorrer no município de Campos nos próximos anos e a realidade atual no âmbito econômico foram apresentadas na tarde desta segunda-feira (8), pelo economista Ranulfo Vidigal, na Câmara Municipal de Vereadores. A palestra “O dinamismo recente na economia de Campos e as perspectivas de transição que se busca do Cheque Cidadão à profissionalização no âmbito local”, divulgou números alarmantes.

De acordo com o economista, até 2030, mudanças significativas devem ocorrer em todo o mundo. No Brasil, a realidade não deve ser diferente. Ranulfo afirma que nos próximos 20 anos, o país deve passar por uma expansão do consumo de massa, além dos investimentos, cada vez mais intensos, em recursos naturais e em infra-estrutura. No entanto, segundo o economista, atualmente é necessário que os governos municipal, estadual e federal invistam cada vez mais nas demandas recentes, como a economia pautada na produção de matérias-primas, investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, além de uma nova inserção no que diz respeito à divisão internacional do trabalho.


No que diz respeito aos investimentos que chegam à região norte fluminense, Ranulfo afirma que é importante que o município de Campos também se comprometa com criação de políticas públicas voltadas ao futuro. Essa necessidade torna-se ainda mais fundamental tendo em vista a iminência da redistribuição dos royalties do petróleo. Ranulfo mostrou, em gráficos, os Índices de Participação dos Municípios (IPM)-ICMS, onde foi possível analisar que Campos passou por uma queda significativa em 2005, mas vem recuperando os números gradativamente. 

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 90% da população do município já é urbana, mas 7,92% ainda encontra-se não alfabetizada, número considerado alto. O economista também alertou sobre o alto índice de desemprego, microempresários inadimplentes e empregos sem carteira assinada no município. “Esse número é preocupante, principalmente quando realizamos um diagnóstico da população municipal com todo o norte fluminense. Por exemplo, das 37.773 pessoas desempregadas na região, 21.645 estão em Campos”, falou.

 

Ranulfo divulgou ainda o comparativo do ISDM com o orçamento anual de Campos e de outras cidades de mesmo porte. O município é o que recebe maior arrecadação, 2.300 milhões, mas a população residente e a consequente demanda por recursos também é mais elevada. Em arrecadação per capta, por exemplo, Campos ocupa o 14º lugar na lista, abaixo de Quissamã, São João da Barra, Macaé, Casimiro de Abreu e outros municípios da região.

 

O crescimento recente da economia do município e a descentralização dos royalties através dos investimentos públicos também foram abordados pelo economista durante a palestra. Segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), nos últimos 20 anos, as despesas de investimento municipal aumentaram 1.046,96% e a dependência dos royalties diminuiu mais de 10%.


— O crescimento do município não pode estar só pautado no gasto público, pois o recurso é finito principalmente com a tentativa de retirada de recursos de indenização da produção petrolífera da Bacia de Campos. É importante que o governo invista, principalmente, planejamento macro regional e logístico e também na capacitação da força de trabalho, para possamos desfrutar de um futuro seguro para as famílias que residem no município — concluiu o economista. 

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