Sustentabilidade ou irresponsabilidade? confusão conceitual na EBX
A nossas reflexões sobre os investimentos do
Complexo Portuário do Açu sempre se basearam em sua natureza, ou seja, característica
exógena e ancorada em recursos naturais. Neste caso, a proteção do território
do seu entorno é essencial e obrigatória, tendo o Governo um papel de relevância
no processo de articulação com os agentes envolvidos.
Alertamos que tal condição não ocorria, já
que o poder público, tanto Estadual, como Municipal, optou pela proteção aos
agentes produtivos em detrimento da sociedade. A prova concreta desta afirmação
está no abandono das medidas compensatórias pactuadas nos estudos socioambientais
e nas audiências públicas. Posso lembrar das prometidas ações para o
fortalecimento do comércio local, agricultura familiar, além da criação de
alternativas para inibir problemas na pesca artesanal.
Apesar da tentativa de ampliação dessas
ideias, as respostas do empreendedor e do governo rotulavam os críticos de
inimigos do "desenvolvimento", alimentando a expectativa da população
com gastos pontuais e sem nenhuma relevância sustentável. Como exemplo, a
construção de consultório dentário para pescadores, distribuição de brindes em
eventos organizados pelo poder público, maquiagens em obras públicas, etc.
A crise deflagrada no grupo empresarial joga
a tona questões importantes, já levantadas anteriormente, como a criação de
expectativas sem o compromisso com a sua realização. O município já foi
comparado à cidade de Xangai, viagens internacionais foram promovidas para
observação dos modelos de distritos industriais na Europa e o comprometimento
com a sustentabilidade foi estampado nas publicações sobre gestão de
território.
Finalmente, com a notícia de extinção da
diretoria de sustentabilidade, acompanhada de muitas demissões no grupo EBX,
reacendem as nossas expectativas sobre o futuro do projeto e a sociedade
precisa cobrar responsabilidade do poder público que contribuiu para esse quadro
de incerteza e dificuldades para a população.
Professor, boa noite. Diante desse, atual quadro, agora em Junho, qual a perspectiva do empreendimento daqui pra frente? A Petrobrás e o BNDES vão assumir, em parte, o projeto?
ResponderExcluirOu, é simplesmente, o fim?
ExcluirPrezado Beto, não acredito no fim do projeto. O sistema portuário do Brasil é caótico e, portanto, um projeto como o do Açu que já consumiu em sua construção R$ 3,5 bilhões precisa ir adiante. Nesse caso, a perspectiva anterior de porto indústria fica muito distante, restando a opção de sua funcionalidade para a atividade petrolífera. Assim, acredito no interesse da Petrobrás e do próprio governo, já que o grupo X vive uma crise de credibilidade no mercado acionário.
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