Uma lição dos protestos no País
Uma
importante lição que fica da onda de protestos em todo país é que o povo é mais
forte do que as forças políticas e governos constituídos. Aliás, uma condição
natural no processo democrático que estava adormecida, em função da
subserviência dos entes da sociedade aos poderes executivos, cuja coerção, em
alguns casos, se estende ao legislativo e ao judiciário pela força do
orçamento.
Fica
claro nesse momento que é preciso inverter a ótica e que a sociedade deve se
constituir como subordinadora e não subordinada do poder público. Porém é
preciso entender a necessidade de se organizar localmente, já que o que existe
de fato na organização social são os municípios. Neles é que as pessoas vivem,
trabalham, consomem e, naturalmente, precisam atender as suas necessidades
básicas de saúde, educação, lazer, etc.
Nesse
contexto, em que os governos municipais são independentes orçamentariamente e
politicamente, os indivíduos precisam fortalecer as suas organizações sociais
representativas de classes, de maneira que se de uma participação efetiva nas
discussões sobre a alocação dos recursos orçamentários e, naturalmente, na
definição das melhores estratégias dirigidas para o desenvolvimento
socioeconômico local.
Questões
levantadas como combate à corrupção, melhor gestão dos recursos públicos,
respeito ao cidadão, etc., passam pelo fortalecimento da democracia que é
resultado de um processo de organização, participação e exercício de cidadania.
Ações pontuais, sem um foco definido, tornam-se ondas de alto risco
democrático.
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