Retrospectiva econômica da região Norte Fluminense em 2013 pela ótica do emprego

A retrospectiva econômica da região Norte Fluminense pela ótica do emprego, define bem o perfil do sistema. A região começou o ano de 2013 com um saldo negativo de 1689 empregos em janeiro. Macaé teve um papel forte pela desaceleração na atividades industrial e de serviços, que somadas eliminaram 1.250 vagas. Campos dos Goytacazes pela desaceleração no comércio eliminou 272 vagas, enquanto São João da Barra eliminou 214 vagas, pela desaceleração do setor de construção civil.

Em fevereiro, o saldo foi positivo por conta de 1.331 vagas criadas no mês, onde São João da Barra iniciou um processo de recuperação por conta da atividade de construção civil, seguido por Macaé através dos setores de construção civil e serviços. Campos com uma menor contribuição acelerou o setor de serviços.

O mês de março manteve o resultado positivo pela geração de 1.752 novas vagas de emprego, puxadas por Macaé, através dos setores de construção civil e serviços. Campos, com uma menor participação contribui com 281 vagas no setor de serviços.

Em abril, o saldo ainda positivo em 1.297 vagas, recebeu a importante contribuição de Macaé com 869 vagas criadas, basicamente na construção civil, enquanto Campos dos Goytacazes com 588 novas vagas, mostrou uma boa distribuíção nos setores de serviços, construção civil, agropecuária e comércio. São João da Barra negativou o saldo com a eliminação de 197 vagas na construção civil.

No mês de maio os reflexos da crise do grupo EBX, especificamente, no braço petrolífero que arrastou a construção naval, eliminou 1.406 empregos em São João da Barra, aniquilando o saldo da região que ainda foi positivo em 317 vagas. Campos equilibrou a situação pelo inicio da safra de cana-de-açúcar onde o setor agropecuário disponibilizou mais de 1.000 vagas, seguido pelo setores de industria de transformação e serviços. Macaé apareceu com uma pequena contribuição de 169 vagas puxadas pela construção civil.    

Em junho, Campos dos Goytacazes consolidou a sua posição de liderança na região pelo aquecimento do setor sucroalcooleiro e pela boa dinâmica nos setores de indústria de transformação e serviços. Macaé contribuiu com a geração de 553 novas vagas nos setores de construção civil e serviços, enquanto São João da Barra eliminou mais 402 vagas nos setores de construção civil, indústria e serviços.

Em julho Macaé acelerou o setor de construção civil e gerou 653 novas vagas, seguido por Campos dos Goytacazes que gerou 262 novas vagas nos setores de serviço e construção civil. São João da Barra eliminou mais 66 vagas no mês.

Em agosto o saldo de emprego na região se manteve positivo em 1.171 vagas, com os principais municípios apresentando saldo positivo. Macaé com 795 novas vagas puxadas pela construção civil, Campos dos Goytacazes com 262 novas vagas puxadas pelo comércio e pela construção civil. São João da Barra iniciou um processo de contratação lenta, gerando um saldo positivo de 144 vagas no mês.

Em setembro o saldo da região permaneceu positivo com 1.336 novas vagas, onde Macaé liderou o processo com 784 novas vagas por conta da aceleração no setor de construção civil. Campos gerou 352 novas vagas bem distribuídas nos setores de construção civil, agropecuária, serviços e comércio. São João da Barra gerou saldo positivo de 144 novas vagas na construção civil.

No mês de outubro observou-se uma desaceleração do emprego em Macaé, por conta da eliminação de vagas nos setores de industria de transformação e serviços. O saldo da região ficou em 595 vagas, sendo 368 vagas criadas por Campos nos setores de construção civil, comércio e serviços. Macaé criou 109 novas vagas na construção civil e São João da Barra criou 93 vagas nos setores de serviço, industria de transformação e construção civil.

Em novembro o saldo na região ficou negativo com 877 vagas eliminadas. Campos dos Goytacazes puxou a queda com a eliminação de 405 vagas, onde o setor agropecuário eliminou 989 empregos em função da aproximação do fim da safra de cana-de-açúcar e da moagem nas usinas. Macaé eliminou 397 vagas de emprego nos setores de industria de transformação e serviços, enquanto São João da Barra manteve o processo de recuperação leve, gerando 174 novas vagas no setor de construção civil.

Conclusivamente, ficou evidenciado que a região carece de um setor industrial de base sustentável para irrigar os setores de serviços e comércio. Macaé é totalmente dependente das atividades ligadas ao setor de petróleo, o qual seria interessante se a riqueza gerada fosse internalizada localmente, o que não ocorre. Existe um fluxo de transferência da riqueza gerada para outras regiões que pode ser visto claramente no resultado do emprego no comércio. O município eliminou este ano 383 vagas de emprego no comércio.

São João da Barra apresenta o mesmo quadro. O emprego gerado se concentra nas atividades de construção na retro área do porto do Açu. O resultado negativo de 920 vagas eliminadas no período de janeiro a novembro deste ano é fruto da crise nas empresas  OGX e OSX do empresário Eike Batista. 


Em Campos dos Goytacazes ainda é visível a importância do setor sucroalcooleiro, em decadência, na questão do emprego. No primeiro semestre, com o inicio da safra, o setor agropecuário chegou a atingir 70% do emprego gerado no mês de junho. No segundo semestre, entretanto, observou-se um certa diversificação de atividades, sobressaindo a construção civil, a indústria de transformação, serviços e comércio. No fechamento do saldo acumulado em novembro, Campos liderou o emprego na região com um saldo de 4.621 novas vagas, sendo 30,4% no setor de serviços; 30,1% no setor agropecuário; 13,4% no setor da indústria de transformação; 14,0% na construção civil e 8,5% no comércio.  

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