Operações bancárias em março na região Norte Fluminense
Os saldos das operações no setor bancário em
março deste ano, na região Norte Fluminense, fortalecem aspectos da nossa tese
sobre o baixo aproveitamento das
externalidades positivas nos municípios, relativas aos grandes investimentos em
petróleo e infraestrutura portuária. Um indicador importante, em função da
chegada de diversas empresas, seria os depósitos a vista no setor privado. Porém,
o crescimento nominal na região de 11,67% em relação a março do ano passado,
ano da crise do grupo EBX, confirma a nossa expectativa não tão otimista.
Avaliando os principais municípios da região, identificamos um crescimento nominal
de 6,11% em Campos dos Goytacazes, crescimento nominal de 16,48% em Macaé,
queda do saldo de 6,32% em São João da Barra. O município de São Francisco de
Itabapoana, fora da rota dos grandes investimentos, cresceu 37,35% do saldo de
depósito a vista do setor privado em março deste ano, em relação a março do ano
passado.
Outro indicador financeiro importante são as
operações de crédito, já que tem o papel de fomentar investimentos produtivos. Olhando
os saldos nos municípios da região, chama
atenção São João da Barra, sede do complexo portuário do Açu. Veja que o saldo
correspondente a liberação de crédito em março no município atingiu R$88,4
milhões, valor inferior 39,9% ao saldo de R$147,2 milhões liberado em São Fidélis.
Lembramos que esse município não é produtor de petróleo e nem tem investimentos
em portos. Também São Francisco do Itabapoana, com a mesma condição de São
Fidélis, contabilizou um saldo de crédito de R$105,3 milhões, saldo superior
19% ao de São João da Barra.
Afinal, um município contemplado com
investimentos de R$ 5,8 bilhões somente nas obras do porto do Açu, além da
condição de produtor de petróleo, como o caso de São João da Barra, obrigatoriamente
tinha que apresentar resultados substancialmente diferentes. Neste caso, está
cristalizada a ideia de fuga de riqueza para outras regiões.
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