Os que nos mostra o IDHM sobre a região Norte Fluminense?
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM,
na região Norte Fluminense, apresentou uma boa evolução em 2010, com base em
2000, cujo fator acelerador foi a educação (acesso ao conhecimento). Os
indicadores de renda e longevidade também cresceram, entretanto, com um peso
menor. O município de Macaé lidera o ranking regional na faixa de
desenvolvimento alto (0,764), seguido por Campos dos Goytacazes (0,716),
Carapebus (0,713), Conceiçãode Macabu (0,712) e Quissamã (0,704). Na categoria
médio desenvolvimento estão os municípios de São Fidélis (0,691), São João da
Barra (0,671), Cardoso Moreira (0,648) e São Francisco de Itabapoana (0,639).
Avaliando os municípios da região no contexto do
Estado do Rio de Janeiro, podemos verificar algumas questões importantes. Macaé
ocupa a sétima posição no ranking estadual, em função do alto padrão de renda,
já que sedia um grande número de empresas do ramo petrolífero. Já Campos dos
Goytacazes, apesar de sua grande importância econômica no estado, ocupa a 37ª
posição. A pressão para baixo tem origem na renda média e na educação. Observamos
ainda que Natividade, Itaperuna e São Antônio de Pádua, na região Noroeste
Fluminense, ocupam a 23ª e 35ª posição ranking, portanto acima de Campos, mesmo
não produzindo petróleo e com uma estrutura econômica bem menor. Em Natividade
e Santo Antônio de Pádua a educação apresentou a maior contribuição a boa
posição dos municípios, enquanto em Itaperuna observou-se uma boa combinação entre
a renda, educação e longevidade.
O município de São João da Barra surpreende
negativamente, já que trata-se de um município produtor de petróleo e sede do
complexo portuário do Açu, cujas obras iniciaram em 2007. A sua colocação no ranking
estadual na 76ª posição, na faixa de médio desenvolvimento, e abaixo de
pequenos municípios como: São Fidélis, Quissamã, Conceição de Macabu e
Carapebus, é uma situação paradoxal.
Como podemos observar, é essencial um processo de
intervenção transformador na região. Está muito claro que o crescimento da riqueza,
por si só, não garante melhoria de vida das pessoas. A riqueza pode estar
concentrada ou mesmo tomando um fluxo em direção a regiões centrais mais bem
estruturada e com melhor possibilidade de retorno. A acomodação da região em
relação a renda de petróleo e aos grandes investimentos, baseados no uso de
recursos naturais, perpetuará o quadro de subdesenvolvimento observado nos diferentes
indicadores analisados. A alternativa está no interior de cada território, a
partir da estratégia de combinação dos seus recursos tangíveis e intangíveis.
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