Eleito um novo presidente da República, e ai?



Um país mobilizado para as eleições gerais, onde serão eleitos, além do presidente, senadores e deputados federais e estaduais. Promessas e mais promessas, muitas absurdamente mentirosas e desprovidas de viabilidade técnica. Independente do processo, o que podemos esperar para o futuro? Não sou otimista! Observando os discursos, fica muito clara a manutenção da pratica eleitoral perversa que se repete a cada dois anos, com as mazelas já conhecidas. Princípios democráticos fundamentais são deixados de lado e questões como ideal, ética e verdade, cada vez ficam mais escassas.

Mas, quero voltar a terra firme e indicar a existência de luz no fim do túnel. Independente do presidente eleito, as políticas macroeconômicas continuarão a selecionar setores ganhadores que não estão no interior do país, como o que vem ocorrendo com o governo atual. Decisões como disponibilizar crédito, desonerar impostos e encargos, incentivar exportação e outras medidas do gênero, não chegam em todo território nacional. Já as medidas de transferência de renda aos mais pobres chegam e, incorretamente, permanecem atendendo ao viés eleitoreiro, o que caracteriza um grande problema. A velha economia nos ensina que incentivar demanda desconectada da oferta é um grave problema. É o que está ocorrendo com a conjuntura brasileira nesse momento.

Esse contexto fortalece a tese local/regional. Já que não se tem controle sobre as políticas exógenas e não estão garantidos os benefícios em torno das mesmas, é necessário agir endogenamente. As localidades e as regiões são diferentes e detém recursos tangíveis e intangíveis próprios, que são relacionados a sua história. Tal fato materializa a tese de níveis diferentes de desenvolvimento socioeconômico. Não necessariamente, grandes volumes orçamentários, conhecimentos disponíveis e disponibilidade de infraestrutura, garantem desenvolvimento. Podemos verificar, rapidamente, regiões ricas de recursos materiais, com uma população pobre. De outra forma, identificamos regiões com baixo volume de recursos materiais, cuja riqueza gerada é bem distribuída, possibilitando uma boa condição de vida para a população. Nesse caso faz diferença o ideal, a ética, a competência, o senso de pertencimento, os quais estão presentes em algumas regiões e ausentes em outras. Uma verdade absoluta é a impossibilidade de avanço em regiões comandadas por políticos e assessores sem a devida qualificação a uma boa gestão pública, além da propensão a desonestidade.

De outro lado, o bom uso dos recursos intangíveis, uma honesta e eficiente gestão pública e um processo de governança institucional ativo podem, efetivamente, conduzir uma sociedade a um estágio de bem estar socioeconômico.

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