Voltar à classe média é um baque gigantesco', afirma Eike Batista



Folha de São Paulo
SAMANTHA LIMA
DO RIO
17/09/2014  18h09 - Atualizado às 21h27
De sétimo homem mais rico do mundo, o empresário Eike Batista diz considerar "um baque gigantesco" ter voltado, dois anos depois, à mesma classe média em que nasceu.
Seu patrimônio, estimado em US$ 30 bilhões, em 2012, foi reduzido, segundo suas contas, a US$ 1 bilhão negativo.
Esse é o débito que ainda lhe sobraria caso vendesse todas as ações das empresas Ogpar, OSX, MMX (das quais ainda é controlador), além da Prumo (ex-LLX) e Eneva (ex-MPX), ambas vendidas, respectivamente, aos grupos EIG, dos Estados Unidos, e E.On, alemão.
"Nasci como um jovem de classe média e você voltar para isso...é um negócio para mim, sabe, é óbvio que é um baque gigantesco na família", disse.
Eike volta a falar depois de mais de um ano do silêncio em que mergulhou quando suas empresas começaram a ruir.
E escolheu o dia seguinte à determinação da Justiça de bloquear suas contas. O objetivo é quitar "danos difusos" causados pela suposta manipulação do mercado financeiro e negociação de ações com base em informação privilegiada, segundo denúncias que o Ministério Público Federal fez no Rio e em São Paulo nos últimos dias.
Segundo a investigação do MPF, e conforme antecipado pela Folha em novembro de 2013, desde 2012 o empresário tinha conhecimento das avaliações feitas por empresas externas e grupos de trabalho que apontavam a inviabilidade comercial dos reservatórios de petróleo.
Eike nega. Ele também se defendeu "As ações não eram minhas. Eram de credores e eram para pagar dívida com eles", diz.

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