Light: Brasil pode sofrer ‘restrição’ de energia em 2015
Presidente da distribuidora evita
falar em racionamento e prevê melhora só em em abril, quando terminar época de
chuvas
por Lucianne Carneiro
22/09/2014 16:42 / Atualizado 22/09/2014
19:00
JORNAL O GLOBO
RIO
- O presidente da Light, Paulo Roberto Ribeiro, afirmou nesta segunda-feira que
o país pode passar por uma restrição de oferta de energia no próximo ano se não
chover no período úmido, que começa neste mês de novembro. Ao participar do
seminário “Cenário Pós-Eleições”, promovido em parceria por Fundação Getulio
Vargas, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e jornal
Valor Econômico na sede da Firjan, ele disse que os serviços de meteorologia
não dão indicação firme sobre chuvas, mas que só se poderá saber a atual
situação no fim de abril, quando acaba o período de chuvas.
Atualmente,
os níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas estão em torno de 20%,
quando o indicado seria algo mais perto de 40%, segundo Ribeiro:
—
A única coisa certa hoje é que tem que chover nos reservatórios. Se não
tivermos chuvas no período úmido, não há mais como gerar energia.
O
presidente da Light evitou usar a palavra racionamento, mas admitiu que em um
cenário mais pessimista será preciso uma política forte de restrição de oferta
ou uma campanha muito forte de uso racional da energia:
—
Se não chover, complica. (...) Não sei se chega a ser racionamento, talvez uma
política forte de restrição de oferta ou uma campanha muito forte de uso racional.
Eu não estou trabalhando com essa hipótese (de racionamento). Se houver
dificuldade no período úmido, o governo vai ter que se posicionar.
Alertando
para o atual grau de incerteza no setor elétrico brasileiro, Ribeiro apontou
que o próximo governo, seja ele qual for, precisa repensar o modelo do setor.
Embora seja bem estruturado, disse, há um problema provocado pelas usinas
hidrelétricas com baixa capacidade nos reservatórios, como resultado das
questões ambientais nos últimos anos. A energia eólica, lembrou, deve ser usada
como fonte complementar.
"Um gargalo importante para a operação do porto Açu"
O operador do Sistema elétrico Brasileiro (ONS) mostra que o consumo de energia elétrica vem caindo. Isso em minha opinião é muito ruim. Mostra que de fato a economia está fraca e que na hipótese de crescimento dessa demanda e na falta de água teremos nossas termoelétricas funcionando no limite ou além de sua capacidade. Temos, infelizmente, um gargalo que poderá impedir o crescimento da indústria em nossa região e no país.
ResponderExcluirÉ verdade Rafael. Os discursos otimistas sobre a implementação de projetos industriais na retro-área do porto do Açu e os relacionados ao processo de operação do porto, escondem a questão energética. Como sabemos, as plantas a gás e a carvão aprovadas pelo órgão ambiental foram abortadas pelos empreendedores. Assim, o gargalo é real, porém camuflado pelos empreendedores. Vamos esperar!
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